A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Na busca pela unificação da demanda (e de forças) em relação às iniciativas necessárias para a reconstrução do Estado após a catástrofe climática, a Federação da Agricultura (Farsul) vem se reunindo com entidades representativas do setor produtivo, da indústria e do comércio. Nesta quinta-feira (6), o encontro na sede da entidade, em Porto Alegre, contou com a participação presencial e virtual de parlamentares (deputados estaduais, federais e senadores).
— Estamos buscando unidade de ações como uma forma de tentar interferir no processo (de formalização de ajuda). Nós estamos vendo uma cisão que é grave e ruim. Para a reconstrução, precisamos ter unidade — afirmou Gedeão Pereira, presidente da Farsul.
A avaliação do dirigente é de que houve "um corte de diálogo" com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a partir do momento em que houve a contestação à medida de importação de arroz. Um dos pontos de maior preocupação da entidade é em relação à necessidade de crédito dos produtores gaúchos, já levada ao governo federal. A solicitação é para a criação de uma linha de crédito com prazo de 15 anos, juro de 3% e dois anos de carência. A expectativa é de que esta medida seja atendida no próximo Plano Safra.
— Os produtores se descapitalizaram, se não vierem medidas de exceção, teremos uma quebra de safra muito grande para o próximo ano, por falta de capital — destacou Gedeão.
Economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, lembrou que os agricultores já vinham de duas estiagens consecutivas quando veio a cheia:
— Os produtores carregam passivos elevados dentro do sistema de crédito rural tradicional.
Das demandas entregues ao governo federal pela Farsul, apenas a prorrogação de prazos até o dia 14 de agosto foi atendida até agora.