A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Com operações suspensas desde o início de maio, pelo menos quatro fábricas de máquinas agrícolas já voltaram a operar no Rio Grande do Sul depois da enchente. As atividades na unidade da AGCO em Canoas, que produz tratores da Massey Ferguson e da Valtra, foram retomadas na segunda-feira (3). Já nas unidades da John Deere em Montenegro, Canoas e Porto Alegre, os retornos ocorreram na semana passada.
Em ambas empresas, houve alagamentos pela cheia. Na AGCO, em Canoas, a água chegou no pátio. Já na John Deere, a unidade Ciber/Wirtgen, de equipamentos para construção de estradas, em Porto Alegre, foi atingida no Centro de Treinamento e no Armazém de Pós-Venda. As plantas de tratores agrícolas, em Montenegro, e de pulverizadores, em Canoas, não sofreram danos. O acesso a elas é que foi impactado.
A John Deere tem ainda uma fábrica de colheitadeiras e plantadeiras em Horizontina, que não foi diretamente afetada. Já a AGCO tem unidades em Marau, Ibirubá, Santa Rosa, Passo Fundo e Ernestina, que também não foram atingidas.
Solidariedade
Durante o período de paralisação, diversas ações de solidariedade foram mobilizadas pelas fabricantes. O restaurante da unidade da AGCO em Canoas, por exemplo, forneceu refeições às pessoas necessitadas na região, com apoio de voluntários. Ao todo, 74 mil refeições foram preparadas e entregues. A AGCO também desenvolveu um manual com orientações detalhadas para a manutenção inicial de máquinas de qualquer marca que foram submersas pelas enchentes.
De outro lado, a John Deere disponibilizou, juntamente com seus concessionários, 18 tratores para a operação de desobstrução e bombeamento de água do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Nas últimas semanas, a empresa cedeu ainda geradores e máquinas agrícolas e de construção para a liberação de barreiras, reconstrução de estradas e limpeza de cidades afetadas.