A liberação pelo BNDES de R$ 1,4 bilhão para linhas do Plano Safra 2023/2024, anunciada nesta segunda-feira (8), vem para destravar contratações. Pelo menos por enquanto. A suspensão temporária de linhas, diante do elevado nível de comprometimento, tem sido uma prática adotada diante da escassez de recursos públicos, necessários à equalização. É claro que a possibilidade de poder voltar a encaminhar financiamentos é bem-vinda. Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, considera positiva a notícia.
— Lá na Expodireto (feira realizada no início de março em Não-Me-Toque) as linhas ainda estavam trancadas. Com esse recurso, consegue-se desafogar o que estava represado — completa.
O montante estará disponível a partir de quinta-feira (11). Conforme o comunicado do BNDES, com o R$ 1,4 bilhão, o montante disponibilizado no momento, nos diferentes programas do Plano Safra, soma R$ 4,6 bilhões. Desde o início do Plano Safra, já foram liberados R$ 28 bilhões.
Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, avaliou como “recursos importantes”, que “poderão ser utilizados por produtores rurais, inclusive agricultores familiares, e cooperativas agropecuárias, para custeio e investimento em diversas finalidades”.
Presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), Claudio Bier, entende que a liberação de recursos ajuda, mas ressalta que o mais importante na tomada de financiamentos para investimento (caso dos equipamentos) é a taxa de juro.
Economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Antônio da Luz, pondera que a liberação das cifras, parte do pacote anunciado para o ciclo 2023/2024, tem sido feita em etapas.
— Vão liberando o que está anunciado, e isso apenas movimenta a fila, mas vai continuar gente na fila — observa o economista.
Perguntado sobre quais linhas serão reabertas com a liberação de agora, o BNDES informou, por nota, que “todos os programas do Plano Safra operados com o BNDES serão impactados pela disponibilização de recursos adicionais” (Inovagro, Moderagro, Moderfrota, Procap-agro, Prodecoop, Programa Crédito Agropecuário Empresarial de Custeio, Programa para Construção e Ampliação de Armazéns, Proirriga, Pronaf, Pronamp, Renovagro).