A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Soluções voltadas para a redução das emissões de carbono estiveram no centro de conferência inédita sobre o tema realizada em Porto Alegre, no último sábado (1). Organizado pela Associação Brasileira de Crédito de Carbono e Metano (ABCarbon), o evento saiu na frente pelo pluralismo, reunindo atores de diversas áreas para discutir iniciativas de impacto social e ambiental, no meio público e privado.
No campo que compete ao agro, literalmente, iniciativas que já são aplicadas no Rio Grande do Sul foram apresentadas para mostrar como as tecnologias podem contribuir para a redução das emissões. Práticas de recuperação de pastagens degradadas, técnicas de plantio direto, produção de bioinsumos e sistemas de integração serviram para ilustrar o pioneirismo gaúcho em atividades que conciliam a produção e o meio ambiente.
E o caminho passa por questões de governo. Ainda que a necessidade de mitigação envolva toda a sociedade, legislação e políticas públicas incentivam a consolidação das ações para que elas sejam colocadas em práticas. Como o plano ABC+ no Rio Grande do Sul, apresentado no evento como uma política estadual como este fim.
— Podemos observar que os produtores estão indo muito atrás desses sistemas. E o Rio Grande do Sul é o segundo Estado em que mais produtores financiam produções nessas linhas de crédito, mostrando que é uma tecnologia importante de mitigação, mas também de estabilização dos negócios — comenta o engenheiro florestal Jackson Brilhante, coordenador do Comitê Gestor do Plano ABC+RS, que falou na conferência.
Presidente da ABCarbon, Rita Ferrão destacou a importância de "juntar governo, sociedade e empresas" em torno do tema. E avaliou que a edição de estreia cumpriu o papel de trazer discussões relevantes sobre as mais diversas áreas em que a redução de emissões de insere, e não somente no agro, apesar do seu peso importante na conta.
— Nosso objetivo é colocar o Brasil no mapa da sustentabilidade. E o agronegócio tem potencial único de gerador de crédito — diz Rita.
Com sucesso de estreia, a ideia é que novas edições da conferência sejam realizadas para aquecer o tema. Os encontros devem ser anuais, cada um em um Estado.