A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Antecipando-se à regulamentação do mercado de crédito de carbono no país, a tradicional certificadora de orgânicos Ecocert Brasil passará a estampar também o selo que atesta a neutralidade das emissões. A novidade está sendo apresentada na Bio Brazil Fair, feira focada no segmento de orgânicos que se estende até sábado (17), em São Paulo.
Na visão do diretor da Ecocert Brasil, Álvaro Pereira, assim como a empresa, outras companhias também têm se adiantado, sem esperar pelo regramento:
— Porque quando acontecer, ser uma obrigação legal, pode ficar complexo e difícil de executar.
A meta da Ecocert Brasil é conseguir seus primeiros clientes ainda neste ano, mas, como a certificação é voluntária — ou seja, não há obrigação legal, o cliente faz para se diferenciar —, a concretização pode levar mais tempo, pondera Pereira. A escolha do local para o lançamento também não foi ao acaso:
— É o setor que queremos conversar, mas estamos no evento para mostrar também que é uma certificação aberta para todo o mercado, vai além do setor agrícola e de industrialização, é para serviços e informática, qualquer tipo de empresa.
O trabalho da Ecocert é de intermediário. A empresa é responsável por verificar se os critérios estabelecidos pelo programa Carbon Neutral Certified, lançado pela primeira vez agora no evento no Brasil, para receber o selo foram atendidos pela empresa interessada. O selo comprova a "neutralização" do gás carbônico, um dos causadores do efeito estufa, em processos, produtos ou serviços de empresas dos mais distintos segmentos.
Atualmente, a Ecocert está em mais de 130 países — alguns que já tinham a certificação carbono neutro. No Brasil, a empresa tem cerca de 5 mil unidades produtivas certificadas (com selos de sustentabilidade), sendo 350 no Rio Grande do Sul.