Ainda há um longo caminho a ser trilhado pela frente, mas a abertura da consulta pública, nesta segunda-feira (05), para o Programa Carbono + Verde é o primeiro passo de um projeto que busca certificar e acompanhar a descarbonização, neste começo, de 13 setores produtivos. Para isso, o Brasil se alinha a protocolos internacionais. A começar pelo prazo de 60 dias estabelecido para o recebimento das sugestões, que atende a um padrão global.
— O clima é nosso principal ativo, e o meio ambiente é a forma de ter esse principal ativo funcionando. O programa dará, em um futuro próximo, a certificação para que os produtores possam buscar esses mercados mais exigentes — disse Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, na cerimônia de lançamento da consulta pública.
Secretária de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do ministério, Renata Miranda explica que o programa surge como um novo momento, a partir do que "foi construído em 12, quase 13 anos de muito sucesso do Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), que está na fase ABC+".
O formato fechado do programa só será conhecido depois de recebidas as sugestões da consulta pública, abertas para a sociedade civil em geral, cientistas, pesquisadores.
— Assim que terminarmos de compilar todas as sugestões, faremos o lançamento do programa — completa Renata.
A ideia é que o ministério possa emitir um certificado para as propriedades nas atividades produtivas da primeira etapa (veja abaixo) que cumprirem as medidas de conformidade, em uma iniciativa de participação voluntária e gratuita.
— Estamos passando da revolução verde para a revolução sustentável — comparou a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.
Domingos Velho Lopes, coordenador da Comissão de Meio Ambiente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e ex-secretário de Agricultura, conhece de perto o trabalho da pesquisadora Fabiana Villa Alves, hoje Diretora de Cadeias Produtivas e Indicação Geográfica no ministério. Enquanto secretário participou com ela da COP27 .
— É um programa fantástico porque vai consolidar o Brasil como principal player não só em quantidade e qualidade, mas também em sustentabilidade e prática de descarbonização. Totalmente conforme protocolos e regramentos internacionais. Temos de ter esse alinhamento, aí podemos certificar e até monetizar — avalia Domingos.
Na primeira etapa
Os segmentos agropecuários que integrarão o Programa Carbono+Verde na primeira etapa:
- Açaí
- Algodão
- Arroz
- Borracha
- Cacau
- Café
- Pecuária de Corte
- Erva mate
- Leite
- Milho
- Soja
- Trigo
- Uva
A consulta pública estará disponível até 4 de agosto no link www.gov.br/participamaisbrasil/programa-carbono-verde