Entrou em campo no Estado um estudo que tem como objetivo calcular o balanço de gases de efeito estufa nas lavouras de soja do Estado. O levantamento é conduzido pela Secretaria Estadual de Agricultura. O plano é que, até agosto, seja possível estimar a pegada de carbono das 216 propriedades escolhidas em 38 municípios, com a posterior divulgação dos resultados.
Conforme explica o coordenador do Comitê Gestor Estadual do Plano ABC+ RS, Jackson Brilhante, a ideia é elaborar um raio X da produção de soja no RS no quesito agricultura de baixo carbono:
— Além de mostrar à sociedade quanto as propriedades capturam de carbono e o quanto emitem, queremos também melhorar a qualidade do manejo do solo. E, por que não, direcionar algumas ações da secretaria nesse sentido.
Oficialmente chamado Balanço de Gases de Efeito Estufa em Áreas de Produção de Soja no Rio Grande do Sul, o estudo terá duas partes. A primeira é essa, de levantamento de dados. Extensionistas da Emater estão aplicando questionários com mais de cem perguntas aos produtores, relacionadas a métodos de preparo de solo, presença de plantas de cobertura, rotação de culturas, uso de bioinsumos e consumo de combustível das operações. Com as respostas em mãos, se fará um balanço líquido de carbono.
— Se o produtor mantém o solo coberto ao longo do ano, significa que tem planta crescendo o ano todo, retirando carbono do ar e armazenado no solo. É uma oportunidade de produzir e, ao mesmo tempo, ser sustentável — exemplifica Brilhante.
Uma segunda parte, que deve começar ainda neste ano, é a estimativa mais precisa desse estoque de carbono no solo, a partir de uma análise da matéria-prima. A secretaria está em processo de compra de uma máquina específica que faça isso. A ideia também é que o projeto se estenda para outras culturas e avalie a integração lavoura-pecuária no Estado.
*Colaborou Carolina Pastl