A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
É Minas Gerais que poderá ter em breve uma cidade sua reconhecida como a capital nacional do azeite de oliva extravirgem. Apesar de o Rio Grande do Sul ser responsável por 80% a 90% da produção brasileira nesta safra, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que concede o título ao município mineiro de Maria da Fé. A proposta de número 2.899/2022 do senador Carlos Viana foi aprovada pela Comissão de Educação do Senado na semana passada e agora segue para a Câmara dos Deputados.
À coluna, Viana justificou o seu texto pelo apelo histórico que tem o produto no município:
— Maria da Fé foi a primeira cidade brasileira a produzir um azeite extravirgem, em 2008, resultando em 40 litros do produto, com o auxílio de estudo e pesquisa da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais.
O senador gaúcho Paulo Paim foi relator e elogiou o destaque que a cidade possui na produção do alimento:
— (A cidade tem) prêmios recebidos no mundo, tem brilhado muito nessa questão desse produto tão importante que é o azeite extravirgem — disse, referindo-se a eventos realizados em Paris e em Nova York nos anos de 2021 e 2022 que premiaram marcas da região mineira.
Hoje, a região da Serra da Mantiqueira — entre São Paulo e Minas Gerais —, onde se localiza o município, conta com mais de 200 produtores e 90 marcas de azeite, informa Viana. No ano de 2022, foram produzidos cerca de 120 mil litros de azeite, ainda segundo o senador. E a chegada das primeiras oliveiras a Maria da Fé data por volta de 1935.
Já o Rio Grande do Sul possui quase 400 produtores, uma produção que, no ano passado, fechou em 450 mil litros e 70 marcas, que juntas somam diversas premiações internacionais, conforme dados do Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura (Pró-Oliva). O primeiro registro de uma oliveira no Estado foi em 1840, conforme o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva).
Procurado, o Ibraoliva afirmou que não irá se manifestar sobre o assunto.
— O Ibraoliva irá manter neutralidade — reforçou o presidente, Renato Fernandes.