O sentimento de otimismo marcou a largada oficial da colheita de oliva nesta quinta-feira (9), em Encruzilhada do Sul. O público recorde, superior a 600 pessoas, e a expectativa da safra crescer 10% frente a passada e chegar a 500 mil litros de azeite produzidos no Estado foram alguns dos elementos que ajudaram a dar o tom da comemoração.
Aproveitando a oportunidade, o presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, entregou ao governador Eduardo Leite e à agora coordenadora-geral de Qualidade Vegetal do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério da Agricultura, Helena Rugeri, uma cartilha com sete reivindicações do setor para este ano. Além de pedidos de infraestrutura, como a duplicação da BR-290, e de incentivo, como patrocínio para participação de feiras, esteve no documento a questão da classificação do azeite de oliva estrangeiro.
Lançada na abertura, a campanha “Azeite virgem não é azeite extra virgem, não se deixe enganar”, já divulgada pela coluna, busca conscientizar o consumidor de que há rótulos internacionais vendidos nos supermercados brasileiros informando serem algo que, na verdade, não são.
Com preços menores, os produtos denominados extravirgem (mas que, na verdade, são virgem) acabam fazendo uma concorrência desleal com o azeite brasileiro, que também é enquadrado dessa maneira. Existem ao todo três categorias do produto (as outras duas são lampante e virgem). A diferença do virgem para o extravirgem é justamente a existência ou não de defeito sensorial, como gosto metalizado, e uma maior ou menor acidez.
Em sua fala, Fernandes celebrou os resultados da olivicultura:
— No topo da pirâmide, como atores principais desse cenário somos nós, produtores que se dedicam, que se qualificam permanentemente e que não mede esforços para produzir um azeite de altíssima qualidade, com rótulos que vem ganhando prêmios importantes mundo afora. Já são mais de 400.
Leite também comemorou a colheita e salientou que o setor, pelo cenário e paisagem que proporciona, ativa um potencial turístico nas regiões do Estado em que há a produção de oliveiras:
— Além do que significa de produção agrícola no processamento, na industrialização, o que isso significa de emprego e de impacto econômico para o Estado, existe um impacto adicional na nossa gastronomia e no turismo gastronômico.
Atualmente, no Rio Grande do Sul, há 321 produtores de azeite extravirgem. O Estado possui 6 mil hectares de área plantada, sendo que 4 mil hectares já estão produtivos e a produção de azeite representa 80% no cenário nacional.
A 11ª edição da Abertura da Colheita da Oliva foi realizada pelo Ibraoliva e pelo governo do Estado.
*Colaborou Carolina Pastl