Mesmo com estiagem no principal Estado produtor, o Rio Grande do Sul, a indústria brasileira do tabaco projeta aumentar em 8% as contratações de trabalhadores sazonais nesta safra, em comparação à passada. É o que estimam a Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo) e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (Stifa).
O motivo principal dessa expectativa de crescimento está justamente na produção, que deve render quase 605 mil toneladas de folhas neste ano, um volume 8% maior. E, apesar de ainda não ter sido contabilizada uma possível quebra no Estado, o presidente da Fentifumo e Stifa, Gualter Baptista Júnior, se mantém otimista:
— Se houver quebra, deve mudar pouca coisa (na safra, e, consequentemente, nas contratações).
Até agora, o que se sabe de impacto da falta de chuva na safra do tabaco é na colheita. De acordo com o dirigente, houve atraso em fevereiro, quando 80% do pessoal já deveria ter sido contratado.
— Com essa seca, não dá para processar, porque a folha esfarela ao colher, fica menos viçosa — esclarece Baptista Júnior.
E aí, claro, o produtor não manda para a indústria, que, sem matéria-prima, não tem condições de contratar mão de obra.
Aliás, as contratações a que a entidade se refere são para trabalhadores que atuam na linha de processamento da folha, retirando dos fardos, colocando nas esteiras, em empilhadeiras, e outras etapas.
Além do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná são os Estados produtores de tabaco no Brasil.
*Colaborou Carolina Pastl