A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Depois de vários ciclos de encolhimento da cultura, a produção de fumo nesta safra tem sinais de recuperação no Rio Grande do Sul. A área cultivada aumentou 3,17% este ano, embalada pelos resultados da colheita passada, que foi de alta rentabilidade para a maior parte dos produtores. Com isso, a produção esperada é 3,8% maior no Estado.
— O que temos notado é que quando uma safra é muito favorável na sua comercialização, automaticamente temos um aumento também em área plantada — explica o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de tabaco, respondendo por 42% da produção. A cultura está presente em quase 200 municípios gaúchos, reunindo cerca de 65 mil produtores, a maioria agricultores familiares.
Conforme a Afubra, a estimativa inicial de safra aponta para 256,7 mil toneladas de tabaco colhidas. Os hectares plantados somam 117,6 mil nesta safra.
O desempenho final da produção, claro, vai depender do andamento da colheita e do comportamento do clima. Mas a expectativa é de que se cumpram os números e, consequentemente, a comercialização positiva da folha.
— O que estamos notando dos produtores que plantaram tabaco mais cedo é que estão tirando boa qualidade. Essa é a primeira análise que fazemos para ter boa expectativa de comercialização. É temeroso dizer, mas, de modo geral, esperamos repetir uma comercialização bastante tranquila — avalia Werner.
A abertura oficial da colheita está marcada para a primeira semana de dezembro, em evento que deve reunir produtores e entidades do setor em São Lourenço do Sul. O município possui a quarta maior produção de tabaco no país.
No total, a Afubra estima que a produção brasileira deve ultrapassar 604 mil toneladas nos três Estados do Sul, que concentram a produção nacional. Significa um aumento de 7,95% em comparação à safra passada, quando foram colhidas 560 mil toneladas. O plantio cresceu 6,14%.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco, atrás apenas da China.
Assim como o RS, Santa Catarina e Paraná também ampliaram a área plantada, em 10,22% e 7%, respectivamente.