O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A China, um dos maiores compradores do fumo brasileiro, postergou as negociações para a aquisição da safra deste ano. Uma delegação de executivos chineses, que viria ao Estado em março para acompanhar a produção na indústria e negociar o embarque do produto para o segundo semestre, adiou a viagem de negócios. Em decorrência da epidemia de coronavírus, o grupo seguiu orientação do governo chinês e decidiu que virá em outra data, ainda não definida, para fechar a compra.
Presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke ressalta que, mesmo com o adiamento, os negócios não devem ser reduzidos neste ano. Isso porque o envio do tabaco para a China costuma ocorrer entre setembro e dezembro. Portanto, há margem de tempo para alinhar a venda.
— Ainda estamos bem no início do processamento do tabaco desta safra. Esperamos que essa situação não afete os negócios, mas estamos acompanhando os desdobramentos — reforça.
O Rio Grande do Sul responde por mais de 80% da exportação de tabaco do Brasil. No ano passado, o país enviou 549 mil toneladas do produto ao Exterior e faturou US$ 2,14 bilhões nas transações internacionais. A Bélgica foi a principal compradora, somando US$ 526 milhões. Logo depois aparece a China, totalizando US$ 383 milhões.