Em nova rodada de projeções da safra, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e IBGE reforçaram o movimento de expansão do trigo no Rio Grande do Sul - com algumas variações na proporção desse crescimento. Como o ciclo de inverno está só começando, há tempo de sobra para revisitar as estimativas, fazendo os ajustes conforme o ritmo no campo. De toda forma, o 1,31 milhão de hectares que deverá ser cultivado com o cereal, segundo a Conab, se aproxima da maior área da série histórica da instituição, na safra 1979-1980. Além de representar aumento de 12,9% sobre o último ano — há tendência de que possa ficar maior, à medida que vai andando o plantio.
O resultado é a perspectiva de nova colheita histórica de trigo, nesse caso, com 3,87 milhões de toneladas, alta de 10,7% sobre o recorde obtido em 2021.
— Temos de levar em conta de que na década de 1970 só tinha o trigo de cultura e, agora, há outras — pondera Carlos Bestétti, superintendente regional no RS.
Embora não apareçam de forma detalhada no levantamento, as outras culturas da estação do frio deverão registrar aumento em relação ao ciclo passado. Nos dados do IBGE, o avanço da área de trigo ainda aparece de forma tímida no Estado, com 1,27 milhão de hectares, 3,8% a mais do que no ano passado. Mas a projeção é de novo recorde de volume de produção, que deve atingir 8,9 milhões de toneladas no Brasil, crescimento de 13,6% sobre 2021 — Paraná e Rio Grande do Sul são os maiores produtores nacionais.
— Com a guerra entre Ucrânia e Rússia, que são dois grandes produtores e exportadores de trigo, os preços desse produto cresceram. Isso fez os produtores brasileiros expandirem as áreas de plantio. Se tiver uma boa condição climática, a produção deve ser recorde em 2022 — disse Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do IBGE.
Em relação ao ciclo de verão, a Conab atualizou os números, com informações do levantamento objetivo conduzido no Rio Grande do Sul — com coletas de amostras a campo, em áreas do Estado. Na soja, a produtividade apontada reflete recuo de 58,2% sobre a safra passada. Na produção, a queda chegou a 56,2% em igual comparação.