Ainda que tenham um alcance, no momento, pontual, os efeitos da falta de chuva no Rio Grande do Sul sobre as lavouras de verão já mobilizam produtores, municípios e Estado. Três municípios apresentaram decreto de emergência à Defesa Civil gaúcha por conta dos prejuízos sentidos: Arvorezinha, Manoel Viana e Santa Margarida do Sul.
Outras sinalizações e consultas têm sido feitas de cidades da Fronteira Oeste, Campanha e Região Central, conforme relatou Clair Kuhn, secretário estadual de Agricultura, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
— Tenho recebido relatos de produtores com dificuldades até para poder plantar, porque estava muito seco em alguns lugares. E ainda tem uma pequena área de soja para plantar — explicou Kuhn.
Nesta quinta (16), o Fórum Permanente de Combate à Estiagem realiza uma reunião em Santa Rosa, no Noroeste, a partir das 14h. Coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e composto por diferentes pastas do governo e entidades representativas do setor, é um espaço de debates e articulações sobre a temática. A escolha do local não foi por acaso: a região está entre as que já sentem os efeitos da falta de chuva.
Pela manhã, o titular da SDR, Vilson Covatti, visitará duas propriedades, uma na Linha Cascata Sul e outra na Linha Federação, em Santa Rosa, para verificar a situação das lavouras em razão da falta de chuva.
Presidente da Famurs, Marcleo Arruda também relata que a entidade tem sido consultada por prefeitos de algumas regiões do Estado com relação à possibilidade de decretos de emergência. O papel tem sido o de orientar e também o de lembrar da responsabilidade do gestor em situações como essa:
— O prefeito tem de ter fundamentação legal, justificando que as perdas são em números que comprometem a produtividade naquela cidade.
Quando reconhecido e homologado, o mecanismo permite o acesso a recursos e ações para que se faça frente à situação.
— Tem casos pontuais (de perda) mas ainda não é generalizado — avalia Arruda.
O secretário de Agricultura acrescenta que, tecnicamente, é preciso esperar o levantamento a ser feito pela Emater para saber de eventuais impactos às projeções iniciais de safra.
— O relatório da Emater é extremamente importante, mas certamente, perda em municípios, em algumas determinadas regiões, vai ser consolidada em uma boa quantia — destacou Kuhn na entrevista.
O presidente da Famurs acrescenta que a situação chega em um momento em que os produtores acabaram de renegociar as dívidas:
— É preocupante, a gente sabe a aflição que estão vivendo.