Com a colheita se aproximando do final, o tamanho exato da quebra da safra de verão no Estado fica mais tangível. Daqui para a frente, as mudanças de números, se vierem, deverão ser mínimas, pontua Candice Santos, superintendente de Informações da Agropecuária da Companhia Nacional de Abastaecimento (Conab). O órgão divulgou ontem novo levantamento de safra, revisando para baixo a produção de soja em relação ao último mês.
— Apesar de agora vermos uma produtividade um pouco maior dos grãos na parte sul do Estado, o cenário não deve mais mudar muito, porque os dados foram colhidos na última semana de abril e, no próximo mês, as colheitas devem ter tecnicamente encerrado — avalia Candice.
Os resultados um pouco mais satisfatórios que ela menciona são “provavelmente aqueles que foram plantados mais tarde e não tiveram a fase reprodutiva (período de formação dos grãos) coincidindo com dezembro e janeiro, meses de maior estresse hídrico”.
A produção da soja está agora estimada em 9,7 milhões de toneladas, uma queda de 53,2% em relação ao volume da safra passada. O percentual de área colhida chegou nesta semana a 86%, segundo a Emater.
No milho, o prejuízo é de 32% sobre o ciclo 2020/2021, com estimativa de produção na ordem de 3 milhões de toneladas, com 83% dos 801 mil hectares semeados já colhidos.
Apesar do prejuízo no Rio Grande do Sul, que tem fatia de 8% da produção nacional, o Brasil deve colher uma safra de grãos 5,7% superior à passada, com 270,2 milhões de toneladas. Essa quantidade é 0,3% maior do que a prevista no mês passado.
Aumento de área cultivada
No primeiro levantamento para a safra de trigo no Estado, a Conab aponta aumento de 9,7% na área a ser cultivada em 2022.
A previsão, por hora, é de 1,28 milhão de hectares. A expectativa, no entanto, é de que haja aumento maior, na tentativa do produtor de buscar renda depois da frustração de verão.
*Colaborou Carolina Pastl