A estiagem que provocou grandes estragos na safra de verão também "sapecou" a produção daquela que é a matéria-prima de uma das tradições gaúchas. Para o chimarrão, que tem neste domingo (24) um dia especial no calendário, não pode faltar a erva-mate. O maior dano da falta de chuva foi sobre mudas recém-plantadas. Conforme a Emater, entre o final do ano passado e março deste, de 70% a 80% não vingaram. O impacto na produtividade dos ervais foi menor, em torno de 20%.
Extensionistas rurais da Emater, Ilvandro Barreto de Melo e Antonio Carlos Leite de Borba explicam que a volta da chuva a partir de fevereiro amenizou as perdas e, agora, a produtividade "já voltou ao normal".
Desde 2019, o volume da safra do RS gira em torno de 230 mil toneladas de folha de erva-mate. Diferentemente de culturas mais tradicionais, a colheita da folha ocorre o ano todo, a cada 18 meses em cada erval. A área plantada gira em torno de 28 mil hectares. Ao todo, cerca de 14 mil famílias gaúchas trabalham na atividade. O preço da arroba pago ao produtor varia de R$ 20 a R$ 22.
Atualmente, Emater e Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura trabalham no diagnóstico da fertilidade dos solos e do status nutricional das plantas de erva-mate no Estado. A proposta do projeto estadual é diagnosticar a condição nos cinco polos ervateiros gaúchos (Região dos Vales, Nordeste Gaúcho, Missões/Celeiro, Alto Taquari e Alto Uruguai) e identificar condições de manejo que beneficiem a fertilidade.
*Colaborou Carolina Pastl