A intensidade da estiagem que afetou a produção de grãos de verão foi tanta que nem a lavoura de arroz, 100% irrigada, escapou imune. Com a colheita se aproximando de 80% da área total cultivada, uma quebra de 7% já aparece na produtividade média em relação à safra passada, segundo o boletim do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) divulgado nesta quinta-feira (14). No retrato do momento, estão previstos 8.453 quilos por hectare.
A diretora técnica da autarquia, Flávia Tomita, pondera, no entanto, que é preciso ter cautela:
— Está se fazendo uma comparação em relação a uma safra que alcançou uma produtividade recorde com outra que vive diversos problemas, como a falta de chuva e os calorões, que deixaram várias espiguetas estéreis (sem produzir grão).
Na produção de 2020/2021, as lavouras tiveram rendimento histórico, de 9.010 quilos por hectares, quebrando o recorde obtido no ciclo anterior.
Na safra atual, a Planície Costeira Externa é a região que está com a colheita mas avançada, chegando a 88,54% de 107.024 hectares semeados colhidos,foi a mais afetada pela estiagem, com produtividade média chegando a 7.912 quilos por hectare. Nessa e em outras áreas, Flávia observou que o produtor tomou pelo menos dois caminhos distintos. Ou abandonar talhões inteiros, de modo a priorizar a água para outras áreas da lavoura, ou manter a irrigação com menor vazão de água em toda a área.
Em números totais, segundo levantamento do Irga, dos 957,18 mil hectares semeados, 762,52 mil já foram colhidos.
*Colaborou Carolina Pastl