Alface, manga, tomate, banana. Por dois anos, essas e outras frutas, verduras e legumes não fizeram parte das refeições de boa parte das famílias carentes da Região Metropolitana de Porto Alegre. Mas, pelo menos para uma parcela delas, até esta semana. Sem acontecer por conta da pandemia, a doação presencial de hortifrutigranjeiros no portão 6 da Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa) foi retomada na segunda-feira (30). A iniciativa organizada pela Central faz parte do programa Prato Para Todos, que reúne doações de produtores e atacadistas para distribuição em asilos, creches e famílias carentes cadastradas.
— A entrega desses alimentos é muito importante para a saúde e para a autoestima dessas pessoas. O hortifruti é, com certeza, um produto que não chega para essa população — avalia a coordenadora do Banco de Alimentos, Rosandrea Vargas.
O que é doado é o excedente: aquela fruta com alguma “batidinha”, ou um legume menor que o desejado pelo consumidor. Aliás, os alimentos que não são próprios para consumo humano são doados para animais criados em comunidades terapêuticas.
Na segunda (30), apesar do frio, Zilda Maurício Gomes, 73 anos, foi uma das primeiras a chegar. Moradora do bairro Humaitá, a idosa voltou para casa com o carrinho cheio de alimentos, entre eles pimentão, couve, chuchu, salsa, tomate, abacate e maçã.
— Eu passei muita necessidade (por estar doente). Por isso, essa doação me deixa muito feliz — comentou na ocasião.
Frutas, legumes e verduras serão entregues sempre às segundas, quartas e sextas-feiras, das 10h às 11h, no portão de acesso ao prédio da Ceasa, localizado na esquina das avenidas Fernando Ferrari e Jorge Benjamin Eckert, no bairro Anchieta. Rosandrea estima que cerca de 200 famílias e mais de 100 instituições são beneficiadas por semana com esse projeto. Durante a pandemia, esse número tinha caído para cerca de 70 idosos, que recebiam sacolas de 25 a 30 quilos com alimentos já selecionados a domicílio.
*Colaborou Carolina Pastl