É a combinação de tecnologia, solidariedade e aprendizagem que tem ajudado a nutrir o projeto Cooperar e Crescer, em Cachoeira do Sul, na Região Central. O ponto de partida é a horta comunitária, em área de seis hectares da Escola Técnica Nossa Senhora da Conceição. Legumes, hortaliças e verduras produzidos no espaço — desde setembro, já são três colheitas — se destinam à merenda dos alunos, à cooperativa deles e ao Mesa Brasil, do Sesc.
A proposta de fazer do local um espaço produtivo e educativo atraiu uma rede de parceiros: a startup ConnectFarm, a escola, a cooperativa de estudantes, a BioFort, da Embrapa, e o Sesc. Doações da Fundação Bill e Melinda Gates também alimentam esse cultivo.
— Entramos com investimento financeiro, capital humano e tecnológico. O principal ganho para a gente é o engajamento de time — explica Wellington Hoppe, diretor da ConnectFarm.
A agtech tem sede operacional em Cachoeira do Sul e, com a ação, busca dar um retorno à comunidade. Criada em 2019, a startup do agro trabalha com soluções agronômicas, a partir da análise de dados, para produzir mais, otimizar recursos e aumentar a rentabilidade e tem hoje um portfólio de 491 produtores no Rio Grande do Sul e em outros seis Estados. E se prepara para ir além fronteira, alcançando o Paraguai e os Estados Unidos. Para 2021, projeta um faturamento R$ 6 milhões.
Hoppe explica que o compromisso estabelecido para o projeto é para um período de cinco anos, com o pré-requisito de que as atividades tenham sempre um viés educacional. No caso da horta, mais do que a área, ampliou-se o número de beneficiados. A produção é dividida em três partes: 15% para a merenda escolar, 15% para a cooperativa dos estudantes e 70% para o Mesa Brasil, que atende, por meio de 31 instituições, 6 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social. Com um detalhe importante: as variedades cultivadas são biofortificadas, ou seja, com reforço de nutrientes, a partir do cruzamento genético.
A interação deu tão certo que nova etapa já está em preparação: o Connect Bzzz, que refere-se ao apiário com potencial de produzir 515 quilos de mel por ano.