Com diferentes ramos de atividade, a Cooperativa Languiru, que tem sede em Teutônia, no Vale do Taquari, conseguiu fechar o desafiador ano de 2020 com um faturamento histórico de R$ 1,84 bilhão, crescimento de 27,5% sobre 2019. Também chegou à maior cifra de sobras, como são chamados os recursos que são repassados aos associados: R$ 10,9 milhões. Na área de proteína animal, o desempenho foi puxado pela carne suína, que teve a exportação favorecida. Depois vieram o leite e a carne de aves. O presidente Dirceu Bayer acrescenta outro ingrediente que ajudou a melhorar os resultados:
— Estrategicamente, o que nos ajudou a melhorar esse resultado foi a decisão de compra antecipada de milho, para o ano todo. Mesma iniciativa para este ano.
O grão entra na composição da ração animal, tanto de aves quanto de suínos. No caso do frango, acabou pesando mais em razão de o mercado externo não estar tão favorável. Tanto que, neste ano, mesmo com o recurso da aquisição antecipada, a cooperativa optou por reduzir o ritmo da produção — do alojamento ao abate — para equilibrar as contas.
A unidade de Westfália, que teve a ampliação concluída em abril de 2020, tem tido abate diário de 11o mil animais,27,9% a menos do que a capacidade anteriormente operada, o que também levou à redução de 150 vagas.
Para este ano, novos itens estão sendo agregados ao portfólio. A Languiru está entrando no segmento de soja, realizando a compra do grão para abastecer três indústrias. Também vai usar estrutura de um frigorífico para dar início ao abate de bovinos.
— São medidas para amenizar resultado do primeiro semestre. Nossa expectativa é de que segundo seja melhor — pontua Bayer.
O consumo retraído e a redução do poder de compra são fatores que têm impactado na demanda. Por outro lado, os custos se mantêm em alta. Na produção de suínos, o que tem ajudado a equilibrar é o mercado externo. A cooperativa tem em Cingapura, Argentina e Uruguai alguns dos principais destinos.
— A exportação está muito boa. Aumentamos 50% em março, na comparação com fevereiro. O que antes representava 10% dos negócios, hoje representa 15% — reforça o presidente da cooperativa.