As histórias da Santa Clara, na Serra, e de Rogerio Bruno Sauthier (à esquerda na foto) se confundem. Ele esteve no comando da cooperativa nos últimos 27 anos. E agora completa a transição, com a chegada de Gelsi Thums (à direita na foto) ao cargo. A mudança oficial ocorre em fevereiro, mas a escolha foi confirmada pelo conselho administrativo.
Confira trechos da entrevista com o novo presidente.
Você é de uma família de produtores de leite. Como foi a chegada à presidência?
Meus avós tiveram uma pequena queijaria. Quando tinha 13 anos, meus pais adquiriram a propriedade. Com 14, virei associado. São quase 45 anos. No final década de 90, a cooperativa passou a oferecer cursos na área do leite. Começamos a nos dedicar exclusivamente a isso. Fui eleito para o núcleo de produtores. Em 2000, entrei pro conselho de administração.
Em 2009, fui convidado a ser vice-presidente. Seu Rogerio tem uma história que dispensa comentários. Há três anos, veio tocando a transição. A coisa foi indo passo a passo.
Como avalia o setor?
O leite é rentável para quem está organizando. Hoje tudo que a gente precisa é tudo dolarizado. Medicamentos, sementes, sêmen, fertilizantes. Eles puxam para cima e não voltam. Pega o milho e a soja.
Se fala em um primeiro semestre ainda de custos altos...
Esse primeiro semestre será bastante desafiador. O custo impactará no resultado, o produtor terá de desembolsar mais. O pecuarista que soube se estruturar um pouco deve atravessar as dificuldades com maior tranquilidade. Tem de apostar em uma atividade e criar instrumentos que tragam resultados, tem de ser profissional naquilo que faz.
Há perspectiva de novos investimentos da cooperativa?
O processamento de leite UHT irá de Carlos Barbosa para a unidade de Casca (há ainda a de Getúlio Vargas). E o espaço será destinado para a produção de queijos nobres. Já estamos trabalhando no projeto. Deve sair no decorrer do ano.