Quando se trata de coronavírus, toda cautela é pouca. A implementação de medidas duras e restritivas não é obra do acaso, muito menos capricho. Tem como base experiências de enfrentamento mundo afora – inclusive onde a doença teve dificuldade de controle. Neste cenário, é preciso lembrar que há atividades essenciais além da imprescindível área da saúde. Garantir produção e trânsito de alimentos é fundamental para todos.
É por isso que entidades ligadas ao setor primário vêm reforçando a preocupação em evitar que o fluxo de distribuição seja interrompido. Em nota, o Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat) afirma que é preciso “contar com a colaboração de todos: do poder público, produtores de leites e grãos, colaboradores de laticínios, veterinárias, transportadoras, oficinas mecânicas, inspeções técnicas oficiais e terceirizadas. Para que muitos possam ficar em casa com segurança e saúde, nós precisamos seguir produzindo alimentos”.
Da mesma forma, se pretende garantir que a safra de verão, em pleno período de colheita, possa chegar até a indústria para ser processada. A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz) avalia que decreto publicado pelo governo federal sobre essencialidade de serviços publicado na sexta-feira dá base legal para a continuidade das atividades da e relacionadas à produção:
– Não adianta manter trabalhando dentro da porteira se os serviços de apoio não estiverem funcionando – opina Anderson Belloli, diretor jurídico da Federarroz.
Ele lembra que, neste ano, o volume do arroz será aquém do esperado em razão do tempo. A colheita recém começou e “o produtor precisa ter garantias de escoamento, para evitar escassez do produto”.
Superintendente do porto de Rio Grande, Fernando Estima reforça que a importância de manter o porto operando vem não só das exportações, mas também é para consumo, já que 65% das importações do Estado chegam por meio desse canal.