A colheita de soja evoluiu nesta semana para 18% do total da área cultivada no Rio Grande do Sul. A chuva registrada foi em quantidade insuficiente para mudar o quadro de prejuízos causados pela estiagem. Ainda assim, a umidade ajudou a mudar um pouco o visual das lavouras.
– Vi produtores voltarem a colher em um cenário menos cruel. Parou de se perder. E tem o aspecto das lavouras. Isso ajuda a distensionar um pouco o cenário – avalia Alencar Rugeri, diretor-técnico da Emater.
O órgão só deve apresentar novo levantamento da safra de verão quando a colheita for encerrada. Na última projeção, que embasou os pedidos de socorro à União, estimava-se recuo de 32,2% na soja em relação ao que se esperava colher no início do ciclo.
No campo e em outras estimativas, a perspectiva é de diminuição ainda maior. Levantamento feito pela Associação das Empresas Cerealistas do Estado (Acergs), com as 41 associadas até o início da semana, indica redução 43,4% na soja e de 33,9% no milho. A projeção é de que o volume fique entre 11 milhões e 12 milhões de toneladas.
– A situação está grave e difícil. As previsões estão se confirmando com a colheita - afirma Roges Pagnussat, presidente da Acergs.
Apontamento da Rede Técnica de Cooperativas, com apoio da Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro), apresentou estimativa de encolhimento de 46,6% na produção de soja.
O presidente da Acergs acrescenta que, além da produção reduzida, há muitos municípios determinando o fechamento do comércio como medida de enfrentamento do coronavírus, o que dificulta a logística. Em pleno período de recebimento de safra, a entidade está trabalhando de portas fechadas e reforça as recomendações de prevenção.