A chuva registrada em alguns pontos do Rio Grande do Sul e que segue no horizonte das previsões do tempo é aguardada com expectativa pelos produtores. Ainda que sirva apenas para amenizar o cenário de crise trazido pela estiagem prolongada, depois de sete colheitas cheias. Técnicos e agricultores avaliam que a volta das precipitações serviria para estancar o aprofundamento dos prejuízos que se acumulam nas lavouras.
— É para não perder mais, passar uma régua na situação. A chuva agora restabelece a condição de umidade — pondera Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater.
Na última semana, a instituição revisou projeções de perdas para a safra de grãos de verão em relação ao que se esperava no início do ciclo. Para a cultura da soja, o recuo médio no Estado ficou em 32,2%, com a produção estimada em 13,3 milhões de toneladas. No milho, a redução é de 25,2%, com volume a ser colhido de 4,4 milhões de toneladas. Além da quantidade reduzida, há preocupação com a qualidade. Em muitos casos, a soja está sendo colhida ainda verde, com percentual reduzido de umidade.
— Reverter não reverte, mas uma coisa que a chuva pode fazer é hidratar o grão que está sendo colhido, melhorando a umidade e evitando descontos na entrega do produto. Precisa chover urgentemente — explica Décio Teixeira, presidente da Associação dos Produtores de Soja do RS.
Segundo dados da Defesa Civil, no sábado (14), 182 municípios informaram problemas decorrentes da estiagem. Destes, 162 já decretaram situação de emergência — sendo que 36 foram reconhecidos pelo governo federal. Segundo a Defesa Civil, os últimos decretos foram publicados pelas cidades de Vicente Dutra, Jaquirana, São Vicente do Sul e Jóia.