Ainda que as ações propriamente ditas possam demorar um pouco mais, porque a execução em muitos casos depende de ritos burocráticos a serem seguidos, a expectativa é de que dentro de 15 dias seja possível ter ideia de como o governo federal auxiliará o Estado a minimizar os prejuízos da estiagem. Nesta quinta-feira (12), nova reunião foi realizada em Brasília, dessa vez com técnicos de diferentes áreas, incluindo os do Ministério da Economia e de órgãos como o BNDES. O encontro foi marcado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que também estava presente.
Na quarta-feira (11), a titular da pasta recebeu documento com sugestões feitas por 11 entidades do setor e endossadas por parlamentares, pela Secretaria da Agricultura e pelo governador Eduardo Leite. São oito medidas que vão da renegociação de financiamentos de custeio e de investimento ao acesso do produtor de tabaco às linhas especiais de repactuação.
— Começamos a ver item por item na reunião. Tem coisas que não dependem só do Ministério da Agricultura, mas sentimos neles a intenção de achar um caminho — avalia Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
Entre os pontos que transcendem a pasta está a criação de uma espécie de "bolsa-estiagem", para atender agricultores familiares que não se enquadrarem em nenhuma tipo de renegociação. Seria um salário mínimo mensal por período de três meses, para garantir a subsistência da família. A medida já foi adotada anteriormente em ano de seca no RS.
— É para aquele produtor que planta com recursos próprios e não consegue nem chegar no crédito — observa Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), sobre a sugestão.
O assunto foi abordado nesta quinta-feira (11) com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. Para a agricultura familiar também está sendo buscada criação de linha de crédito emergencial, com teto de até R$ 30 mil, para recuperação e manutenção das atividades produtivas da propriedade.
— São coisas (as iniciativas) que têm de ser construídas. Algumas estão previstas no manual de crédito rural, mas precisam ter aval do Conselho Monetário Nacional (CMN). Então, estimamos que seja necessário pelo menos um mês — pondera Ivan Bonetti, diretor de Política Agrícola da Secretaria Estadual de Agricultura.
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