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A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) vai tentar convencer o Ministério da Agricultura a voltar a ter um Plano Safra específico para a agricultura familiar. O presidente da entidade, Aristides Santos, afirmou, durante a cerimônia de posse da nova diretoria da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), nesta sexta-feira (21), que o assunto será tratado com a ministra Tereza Cristina. No ano passado, o pacote com as condições dos financiamentos de custeio, investimento e comercialização foi unificado, com o anúncio para grandes, médios e pequenos produtores sendo feito de forma conjunta, na mesma cerimônia.
— A agricultura familiar precisa ter visibilidade. Ter dois planos safra não significa confrontar ninguém — ponderou Santos.
O dirigente também voltou a lamentar o fim do ministério que atendia exclusivamente o produtor rural — o do Desenvolvimento Agrário, extinto em 2016. O segmento é hoje uma secretaria dentro do Ministério da Agricultura.
— Não queremos perder a representatividade da agricultura familiar. Entendemos que a atividade é formada por produtores grandes, médios e pequenos. Com certeza, o familiar não tem as mesmas condições do empresarial. Precisamos manter políticas diferenciadas — complementou o presidente reeleito da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva.
Presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar e representante da Câmara na posse, o deputado Heitor Schuch também se disse preocupado em razão da estiagem registrada no Estado. E reforçou:
— Agricultura é a mesma coisa, mas não dá para tratar de forma igual gente tão diferente.
Não queremos perder a representatividade da agricultura familiar.
Representando a ministra na solenidade, o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, o gaúcho Fernando Schwanke ouviu o recado dado. À coluna, ele afirmou, no entanto, que não se trabalha com essa hipótese:
— A gente não discute isso no ministério. Na verdade, temos uma integração entre todas as secretarias, e estamos construindo o novo Plano Safra para ser lançado de uma vez só. Claro que com objetivos distintos, como fizemos no atual e como deve ser no próximo.
Ele acrescenta que o segmento "sempre teve prioridade" e que coisas novas estão sendo pensadas para o próximo Plano Safra. Ele citou a criação, no atual ciclo, de uma linha do Pronaf voltada à habitação rural, com R$ 500 milhões disponibilizados para atender à construção de 10 mil casas. Até 31 de dezembro de 2019, cerca de metade dessa quantia já havia sido emprestada, beneficiando perto de 6 mil agricultores familiares.