Se a colheita da soja estivesse concluída nesta quarta-feira (11), o faturamento dessas lavouras seria mais de R$ 8 bilhões inferior ao estimado no início da safra. O cálculo leva em consideração a redução estimada, neste momento, pela Emater de 6,4 milhões de toneladas no volume a ser colhido. As 13,3 milhões de toneladas multiplicadas pelo valor médio da saca de 60 quilos, R$ 83,35, passam de R$ 8 bilhões. O custo da estiagem para a economia do Rio Grande do Sul, no entanto, deverá se multiplicar ao longo do ano.
Porque esse número refere-se apenas ao chamado valor bruto de produção. Ou seja, apenas a receita gerada. Há ainda todo o impacto financeiro que o agronegócio gera para além do campo, de forma direta ou indireta. Safra menor, significa menos dinheiro circulando em comércio e serviço em municípios do interior do Estado, muitos dos quais com a geração de riqueza ancorada na agropecuária.
É a velha máxima de que quando o campo vai bem, a cidade também vai. E vice-versa. Os números do PIB gaúcho de 2019 confirmam essa tese. Alavancada por um crescimento de 6,2% da agropecuária, a economia do Estado cresceu quase o dobro da nacional. Isso significa que as perdas de agora no campo — que tendem a crescer até o final da colheita e têm variações de 0% a 75%, dependendo da região — terão impacto importante no desempenho de 2020. Claro, junto com outros fatores.