Depois de crescer 2% em 2019, a economia gaúcha encontra riscos internos e externos em 2020. A estiagem que castiga o Estado e a pandemia de coronavírus desafiam o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) na largada deste ano, dizem especialistas.
– Estamos em momento de incertezas – definiu nesta quarta-feira (11) a economista Vanessa Sulzbach, chefe da divisão de indicadores estruturais do Departamento de Economia e Estatística (DEE).
Para o pesquisador do DEE Martinho Lazzari, ainda é cedo para avaliar possíveis prejuízos relacionados à estiagem. Apesar disso, o economista mencionou que a tendência é de que a falta de chuva deste ano cause menos prejuízos do que a seca de 2012.
– No momento, é muito difícil falar sobre os efeitos da estiagem. Em 2012, tivemos a última grande seca. Não é esperada uma queda como a daquele ano. O coronavírus é ainda mais incerto. Não se sabe o tamanho da epidemia, se vai demorar ou não – ponderou.
A pandemia surgida na China tende a frear o desempenho da economia mundial. Com menor fôlego da atividade global, empresas do Rio Grande do Sul podem amargar perdas de negócios internacionais.
– Certamente, o cenário em 2020 traz mais riscos para o Estado do que o do ano passado. Tem coronavírus, estiagem, que acaba descapitalizando o produtor rural – frisa o economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), André Nunes de Nunes. – Devemos ter o primeiro semestre com crescimento inferior ao do ano passado – completa.
Economista-chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank diz que o Rio Grande do Sul tende a ser beneficiado pela inflação e pelo juro em nível baixo no país. Apesar disso, afirma que o horizonte para a economia estadual é de "preocupação".
– Com o coronavírus, o mundo cresce menos, e isso tem impacto aqui. O choque provocado pela estiagem também é significativo – ressalta Frank.