Marta Sfredo

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A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

Resultado de exceção

PIB de 2019 deixará saudade, mas mostra que economia do RS tem músculos

Desempenho do ano passado mostra potência, mas 2020 será impactado por estiagem e perdas relacionadas ao coronavírus

Marta Sfredo

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Marcelo Casagrande / Agencia RBS
Indústria ensaiava reação em janeiro, antes do impacto da epidemia do coronavírus

 O resultado do PIB do Rio Grande do Sul em 2019, de alta de 2% em relação ao ano anterior, equivale a quase o dobro do crescimento nacional médio, que ficou em parco 1,1%. Ambos ainda estão muito abaixo do desejado, mas a comparação mostra que, apesar da crise nas finanças públicas, a economia gaúcha ainda tem músculos. Essa observação não tem qualquer relação com a tentativa equivocada da Secretaria de Política Econômica de tentar dividir o cálculo do PIB entre público e privado. Mas em um Estado encolhido sob o diagnóstico de crise, é saudável ver que nem tudo está parado no Rio Grande do Sul.

 Apesar da demonstração de força, especialmente no primeiro semestre, o Rio Grande do Sul não está fora do Brasil. Se na média nacional foi possível preservar o sinal positivo no resultado do último trimestre, ainda que por pouco, no Estado houve retração de 0,3%, também discreta. O problema é que o ritmo do último trimestre ajuda a determinar a velocidade do início do ano seguinte. A coluna já lembrou que os estatísticos e economistas chamam essa característica de carry over, ou num português que não ajuda muito, carregamento estatístico.

Conforme o DEE, o mau desempenho no período de outubro a dezembro se deve principalmente à queda na indústria, que teve um tombo de 3,9%.  Em janeiro, as fábricas do Estado haviam começado a reagir, com o Índice de Desempenho Industrial da Fiergs crescendo 3,3% em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal. Foi o maior salto desde janeiro de 2010. 

Mas o primeiro trimestre de 2020 no Estado já carrega em sua breve história uma quase guerra envolvendo os Estados Unidos, uma estiagem como há muito não se via no Rio Grande do Sul, acompanhada com lupa pela colunista de Campo e Lavoura, Gisele Loeblein, e uma turbulência global provocada pelo coronavírus

Como os estatísticos do Departamento de Economia do Estado (DEE) não cansam de mostrar, inclusive com gráficos, a economia gaúcha acompanha a nacional. A exceção que confirma a regra ocorre quando períodos de estiagem afetam a produção agrícola do Rio Grande do Sul. Esse é o quadro que nos espera em 2020: saudade do PIB de 2019. 

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