São dois temas extremamente sensíveis os primeiros desafios que o novo secretário da Agricultura, o deputado federal Covatti Filho (PP-RS), confirmado na sexta-feira (21), terá pela frente no comando da pasta.
A definição sobre a retirada ou a manutenção da vacina contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul será um deles. O Estado já solicitou ao Ministério da Agricultura a realização de auditoria no primeiro trimestre de 2019. Essa inspeção é uma espécie de checklist, que dirá se os gaúchos têm ou não condições de deixar de realizar a imunização com segurança.
A pressa em definir um caminho veio depois que os paranaenses decidiram suspender a vacinação já no próximo ano. Com isso, o Rio Grande do Sul ficaria isolado em relação aos outros dois Estados do Sul (Santa Catarina já é livre da doença sem vacinação).
O fim da imunização é visto com cautela entre os produtores do RS, embora todos reconheçam a necessidade de se fazer uma avaliação, uma vez que os paranaenses já deram o primeiro passo em busca da mudança do status sanitário.
Outro assunto ainda mais espinhoso é relacionado ao agrotóxico 2,4-D. Laudos da Secretaria da Agricultura comprovaram que em 52 de 53 amostras analisadas havia resíduos do herbicida utilizado em lavouras de soja. O produto tem provocado perdas – na Campanha, em média, de 40% – em parreiras, em oliveiras e outras culturas e está no centro de investigação do Ministério Público Estadual.
Reeleito para o segundo mandato como deputado federal, Covatti Filho tem 31 anos, nasceu em Frederico Westphalen e é filho de políticos: da deputada reeleita Silvana Covatti e do ex-deputado federal Vilson Covatti. Na coletiva de anúncio da nomeação, ele falou ainda sobre outro problema que deve pautar as ações da pasta: a crise no leite.
– Nosso canal será de diálogo – afirmou.
Presidente da Federação da Agricultura, Gedeão Pereira avalia como positiva a escolha do progressista para o comando da secretaria da Agricultura.
– É um nome bem-vindo. Terá desafios importantes pela frente, principalmente na área de agroquímicos e de aftosa opina o dirigente.
Sobre a unificação da Secretaria do Desenvolvimento Rural, o governador eleito Eduardo Leite (PSDB) afirmou que "não há redução do tamanho da política pública" voltada ao segmento.