A poucos dias da mudança de governo e naquele que pode ser um dos últimos atos da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), o secretário Tarcísio Minetto apresentou ontem um balanço das atividades da pasta, que deve ser unificada no governo de Eduardo Leite (PSDB). Os números apresentados bem que poderiam servir de argumento para que o tucano reavaliasse a decisão de juntar as duas estruturas que cuidam do setor primário — e até que a confirmação oficial saia, ainda resta esperança de que isso possa acontecer.
São dados como o que falam sobre o público-alvo: 333,06 mil agricultores familiares (91,2% do total de estabelecimentos mapeados pelo Censo no RS), 4,71 mil agroindústrias familiares, 3,78 mil famílias assentadas, 16 mil pescadores artesanais, 50 mil piscicultores, 35 mil indígenas, 4,02 mil famílias quilombolas, 2,93 mil cooperativas, 38,53 mil famílias rurais cadastradas no Cadastro Único do Ministério do Desenvolvimento Social. Nos últimos quatro anos, foi investido quase R$ 1 bilhão na execução de políticas públicas conduzidas pela secretaria.
— Essa especificidade de ações era interessante ser mantida. Tem essa diversidade, esse público que necessita um olhar diferenciado — avalia Minetto.
A SDR tem para 2019 orçamento de R$ 283 milhões, a maior parte destinada à Emater — R$ 185 milhões. Também está vinculada à pasta a Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa), que tem fonte de recursos própria.
Atualmente, a secretaria tem custo operacional de R$ 12 milhões ao ano e conta 208 funcionários, dos quais 49 cargos de confiança. Ou seja, 159 são concursados, que serão mantidos em caso de unificação.
Contratos de programas executados pela secretaria precisarão, necessariamente ser reajustados em caso de extinção da pasta, o que poderá dar ritmo lento às atividades, avalia Minetto.