Com maioria consolidada para aprovar a renovação do aumento do ICMS, Eduardo Leite (PSDB) avança nas articulações para a conclusão da montagem do secretariado. Nos próximos dias, o governador eleito deve anunciar pelo menos mais seis integrantes do primeiro escalão: Catarina Paladini (PR), Ronaldo Nogueira (PTB), Ana Amélia Lemos e Covatti Filho, ambos do PP, José Stedile (PSB) e Vilmar Zanchin (MDB).
As surpresas são Covatti Filho e Stedile. Ambos vão se reunir com Leite nesta segunda-feira (17). A conversa com Covatti será à tarde. A possibilidade de o progressista assumir uma pasta ganhou força nos últimas dias, mas não houve convite formal, tampouco definição de qual secretaria seria oferecida.
Eleito para o segundo mandato de deputado federal, Covatti tem frequentado o núcleo da transição do governo Jair Bolsonaro e esperava ganhar mais protagonismo em Brasília a partir de 2019. A visibilidade de uma secretaria estadual também lhe seduz.
Para Leite, a entrada de Covatti no governo seria providencial. Além de fortalecer ainda mais os laços com o PP, abriria uma vaga na Câmara para Ronaldo Santini (PTB), primeiro suplente na aliança. Leite reconhece a atuação de Santini na campanha, sobretudo no segundo turno, e gostaria de recompensar o parlamentar. O parlamentar também gostaria de passar mais tempo com o filho, que mora na capital federal.
Se a costura der certo, Leite terá quatro secretários do PP, fazendo do partido um dos mais fortes na futura gestão. Além de Otomar Vivian (Casa Civil) e Covatti, a legenda deve ter Ana Amélia Lemos ocupando um cargo de representação em Brasília e o titular da Agricultura. O primeiro cotado para o posto, deputado Sérgio Turra, foi riscado por conta da postura contrária à renovação do ICMS.
O deputado federal Afonso Hamm também foi cogitado e pode ser uma alternativa caso Covatti decline do convite, mantendo aberta a vaga para Santini. Além das vagas no primeiro escalão, o PP terá o líder do governo na Assembleia, cargo que está sendo reservado para Frederico Antunes, e há uma tentativa de garantir uma cadeira na Casa para o deputado João Fischer, o Fixinha, que não se reelegeu.
No PSB, a reunião com Leite será às 11h15min desta segunda-feira, na sede do PSDB. O partido está propenso a aceitar o convite, mas a decisão ficará para quarta-feira, em encontro da executiva estadual. As prioridades dos socialistas para o secretariado são as indicações do presidente José Stedile, que não se reelegeu deputado federal, e o ex-vice-governador Beto Grill. Não há certeza, contudo, de que a legenda terá duas pasta no governo.
No PTB, a indicação de Ronaldo Nogueira está consolidada e só falta o anúncio formal. O deputado federal não se reelegeu e ficará com a Secretaria do Trabalho, mesma área que ocupou no ministério do presidente Michel Temer. A atual pasta será desmembrada, com a parte de assistência social deslocada para a nova Secretaria de Cidadania, Justiça e Direitos Humanos, cujo titular será Catarina Paladini, recém filiado ao PR.
O MDB, que terá uma das maiores bancadas na próxima legislatura, decide nesta manhã a adesão ao governo. Já há maioria consolidada na bancada e no diretório para aceitar o convite de Leite. Com isso, Zanchin será indicado para a Secretaria dos Transportes.
Os anúncios devem ocorrer na quinta-feira, um dia após a diplomação de Leite, prevista para as 17h de quarta-feira.