Engenheiro florestal de formação e com especialização em gestão empresarial, o gaúcho Fernando Schwanke ocupará no governo de Jair Bolsonaro (PSL) o cargo de Secretário da Agricultura Familiar e Cooperativismo. A estrutura estará dentro da nova organização do Ministério da Agricultura – hoje, esse segmento é atendido pela Casa Civil. O novo secretário também é ex-prefeito de Rio Pardo e foi secretário de Agricultura do município do Vale do Rio Pardo e de Santa Cruz do Sul. Até o final do ano, responde como superintendente regional da Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ele conversou com a coluna sobre quais devem ser as prioridades à frente da pasta. Confira trechos da entrevista.
Sua indicação para a secretaria foi do deputado Alceu Moreira (MDB), que é companheiro de parlamento da futura ministra Tereza Cristina, certo?
Essa indicação teve validação técnica, que foi da Embrapa Territorial, de Campinas (SP). Na hora que começaram a ventilar meu nome, me pediram para ir a Campinas, conversar com o Evaristo de Miranda (chefe-geral da unidade e que vem contribuindo com ideias para o projeto de governo para a área da agricultura), porque ele faria validação técnica do nome da secretaria. Teve indicação politica, mas também validação técnica do pessoal da Embrapa.
Vocês tiveram encontro a futura ministra, Tereza Cristina, na quarta-feira (18), dia da confirmação dos secretários. Quais devem ser as ações prioritárias da sua pasta?
Estamos definindo as questões, algumas com impacto importante. Dizem respeito a questão da reestruturação da DAP (Declaração de Aptidão ao Pronaf). Mas prefiro que a ministra fale sobre isso. Na minha secretaria, teremos quatro diretorias. Uma será a da assistência técnica e extensão rural. A outra, de cooperativismo e acesso a mercados, voltada a interlocução com programas como o PAA, e ações importantes de acesso a mercados para as cooperativas brasileiras. Na de crédito fundiário, vamos preparar um novo desenho do crédito fundiário. E a diretoria de estruturação produtiva trabalhará com cadeias produtivas e projetos específicos. Ainda não há nomeação, mas já estamos analisando a indicação de nomes, que passarão pelo crivo da ministra. Mas ela nos deu liberdade para montar nossas equipes.
No material divulgado pela assessoria da ministra Tereza Cristina fala-se em dar "nova nova abordagem à assistência técnica e à extensão rural". O que significa isso?
Queremos direcionar a assistência técnica para geração de renda ao produtor. Garantir e gerar renda para o pequeno e médio produtor rural. A gente acha que fazendo isso os aspectos sociais são contemplados. Nos últimos anos, a extensão rural acabou sendo extensão social. Essa é uma das diretrizes.
Mudança de abordagem passa por ações com a iniciativa privada?
Isso já existe, mas não fizemos essa avaliação. Vamos estabelecer indicadores de eficácia e de assistência técnica rural. Não queremos ser só repassadores de dinheiro, queremos monitorar a aplicação desses recursos. A Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) fica vinculada à ministra, mas é a nossa secretaria que ditará as normativas.
Os programas voltados à agricultura familiar, como o Pronaf, tiveram corte significativo de recursos. Como fazer política eficiente com menos dinheiro?
A área do financiamento, de seguro agrícola vai toda para a secretaria de política agrícola. Obviamente teremos uma interação forte. A ideia é criar outros mecanismos para financiar agricultura empresarial para sobrar mais para subsidiar a familiar.