Dos 365,05 mil estabelecimentos rurais mapeados pelo Censo Agropecuário no Rio Grande do Sul, 50,1% não recebem assistência técnica. O dado é motivo de preocupação para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS). Tanto que a entidade cobra investimentos do governo na Emater, órgão que tem o papel de levar conhecimento e tecnologia aos agricultores do Estado.
– A Emater faz hoje uma assistência técnica de governo. E precisamos que seja de Estado. Há ótimos técnicos na ponta, mas muita ação sendo feita em gabinete – afirma Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS.
O dirigente vai além e sugere reestruturação do órgão que está presente em 494 dos 497 municípios gaúchos. Ele avalia que a Emater "tem muitas regionais e mais de 200 funcionários na sede", em Porto Alegre, quando deveria haver mais gente a campo.
A carência na assistência técnica fez com que a Fetag-RS decidisse criar um departamento voltado a esse assunto. Sindicatos rurais estão sendo estimulados a assumirem essa função.
– Queremos que esse técnico faça uma assistência sistêmica. Nossa atuação não é para competir com as opções existentes, é para ajudar – acrescenta Joel.
Hoje, cooperativas e governo são as principais fontes de assistência técnica rural no Rio Grande do Sul, segundo os dados do IBGE. E o gargalo se concentra justamente em propriedades muito pequenas. Dos estabelecimentos entre 0,1 e 10 hectares, 65,2% não recebem assistência técnica.