– Foi a Emater que colocou uma profissão na minha vida. Ela é tudo para o pequeno agricultor.
Foi com esse depoimento, do produtor Antonio Carlotto, de São José do Sul, que se dimensionou o caráter social do trabalho desenvolvido pela Emater no Estado na cerimônia formal em que se confirmou a validação do certificado de entidade beneficente de assistência social por mais três anos. O ato, realizado nesta quinta-feira no Palácio Piratini, e que contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, foi mera formalidade – o governo federal já havia garantido a renovação da filantropia, como havia adiantado a coluna.
Mas são histórias como a de Carlotto que reforçam o motivo pelo qual a Emater precisa manter a filantropia. Ele era diarista e procurou a instituição porque estava em dificuldades financeiras. Os técnicos apresentaram a ele um projeto de produção de orgânicos.
O trabalho, iniciado em 2013, hoje está rendendo frutos. Além do morango, que é o carro-chefe, o agricultor produz também verduras e legumes vendidos em diferentes canais: para a merenda escolar, na vizinhança e em feiras.
No ano passado, 222 mil famílias foram amparadas pela Emater em 493 municípios em que está presente.
– O certificado representa a força de trabalho mantida. Se precisássemos começar a pagar os tributos, teríamos de reduzir o quadro de pessoal – afirma Clair Kuhn, presidente da Emater.
O benefício isenta a necessidade da contribuição patronal que, se tivesse de ser desembolsada, representaria, no caso da Emater, cerca de R$ 40 milhões ao ano. Daqui a três anos – em março de 2019 –, o certificado precisará ser renovado novamente. Decreto de maio de 2014, determina prazo de três anos para entidades que tenham receita bruta anual superior a R$ 1 milhão. Para as com renda igual ou inferior a R$ 1 milhão, o período é de cinco anos.
– A Emater presta um serviço imensurável. Tem importância, é um trabalho social porque tira as pessoas da pobreza – garante Terra.
Segundo o ministro, houve um avanço na criação de um conceito de assistência social no campo a partir do caso gaúcho, que poderá ser aplicado para órgãos de outros Estados.