A internet ainda está longe de ser realidade na maioria dos estabelecimentos rurais do Brasil e do Rio Grande do Sul. De acordo com o Censo Agropecuário 2017, divulgado nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 28,1% das unidades de produção ou exploração dedicadas a atividades agropecuárias, florestais e aquícolas têm acesso à web no país. No Estado, o percentual chega a 41,1%.
Apesar de limitado, o índice deu um salto se comparado ao último censo, de 2006. Naquele ano, segundo o IBGE, apenas 2,3% dos produtores gaúchos estavam conectados. No caso do Brasil, o crescimento foi semelhante, chegando a 1.790,1%.
Os dados incluem algumas peculiaridades, como o número de estabelecimentos que ainda contam com conexão discada – muita usada nos anos de 1990, mas aos poucos superada pela banda larga. No Rio Grande do Sul, são 2.438 e, no Brasil, 19.535.
Outra informação curiosa diz respeito ao uso do e-mail. É ínfimo o percentual de produtores que possuem endereços eletrônicos: 4,9% no Brasil e 8,2% no Rio Grande do Sul.
Além desses dados, o censo traz série de outras informações importantes sobre o campo. Foram visitados 5,07 milhões de estabelecimentos, sendo 365 mil no Estado. Os pesquisadores constataram, por exemplo, o envelhecimento dos produtores (e a redução do número de jovens na lida) e o aumento do uso de agrotóxicos.
A intenção é de que essas e outras conclusões ajudem no planejamento de políticas públicas voltadas ao setor – em 2006, por exemplo, o compilado embasou programas de eletrificação rural e de financiamento de máquinas e implementos. Agora, os especialistas do IBGE trabalham na revisão final das informações coletadas e nos últimos ajustes. O objetivo é apresentar o resultado final do censo em julho de 2019.
O censo agropecuário 2017
Realizado pelo IBGE, o censo agropecuário 2017 esquadrinhou 5,07 milhões de estabelecimentos do tipo no país, mapeando características dos produtores (idade, sexo, escolaridade, cor ou raça) e das áreas visitadas (utilização das terras, acesso à internet, uso de adubos e agrotóxicos, etc.). O último levantamento foi em 2006.
Por que é importante
Para ajudar gestores públicos na elaboração de políticas adequadas a esse segmento vital da economia, para embasar trabalhos acadêmicos e científicos e para que os brasileiros possam conhecer melhor a realidade rural de suas cidades, Estados e do país.