Não houve lances para os dois principais prédios do complexo industrial da Paquetá em Sapiranga, no Vale do Sinos, na segunda tentativa de leilão realizada nesta quinta-feira (5). Mesmo com 40% de desconto sobre os R$ 75,3 milhões, valor de avaliação de toda a estrutura, foram arrematados apenas os três imóveis menores.
Os terrenos vendidos – de 1,7 mil, 594 e 559 metros quadrados – foram para três compradores diferentes por R$ 1,1 milhão, R$ 499 mil e R$ 410 mil. Não é revelado quem comprou, mas a leiloeira Joyce Ribeiro, da JR Leilões, que conduziu o certame, diz que são duas empresas e uma pessoa física.
Já os dois prédios principais - um de 32,8 mil metros quadrados e outro com 6,4 mil metros quadrados -, avaliados em R$ 72,6 milhões, serão, agora, levados à chamada venda direta. Ou seja, a empresa de leilões receberá propostas de qualquer valor que precisarão do aval da Justiça do Trabalho, que determinou a venda.
– Temos interessados, mas eles não se dispuseram a pagar o valor do lance mínimo (com 40% de desconto, era de R$ 45,2 milhões) – afirma Joyce.
O valor do leilão é para pagar ao menos parte das dívidas trabalhistas do Grupo Paquetá com ex-funcionários.
Relembre
Fundada em 1945, antes mesmo da emancipação de Sapiranga, a Paquetá chegou a ter sete fábricas, no Brasil e no Exterior. A crise financeira da calçadista se arrasta por anos, tendo iniciado bem antes do pedido de recuperação judicial. Há cerca de um ano, o processo foi encerrado, evitando a falência da empresa.
Recentemente, o braço de varejo do grupo, incluindo as lojas da Gaston, foi comprado pelo Grupo Oscar, de São Paulo. Agora em 2024, a Arezzo assumiu a fábrica que era da Paquetá em Uruburetama, no Ceará. Já a Atlas, de calçados de segurança, ficou com o espaço de 20 mil metros quadrados da calçadista em Teutônia, no Vale do Taquari. Além disso, a marca de sapatos femininos de Nova York Larroudé alugou metade do prédio de 6,4 mil metros quadrados, em Sapiranga, para instalar uma nova fábrica, em um investimento de R$ 10 milhões. A operação começou em setembro.
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: parques eólicos, fábrica de biodiesel, retomada da Coca-Cola e prédios junto a casas históricas
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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