Será leiloado neste mês, pela Justiça do Trabalho, o complexo industrial da Paquetá em Sapiranga, no Vale do Sinos, um ano após a empresa encerrar sua recuperação judicial para evitar a falência. São cinco imóveis: um prédio de 32,8 mil metros quadrados, outro com 6,4 mil metros quadrados e três terrenos, de 1,7 mil, 594 e 559 metros quadrados.
Juntos, têm valor de avaliação de R$ 75,3 milhões (detalhamento abaixo). Este será o lance inicial do primeiro leilão, em 25 de novembro. A disputa será online e presencial, na Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Sapiranga, Nova Hartz e Araricá (Acisa). Se restarem imóveis desta disputa, uma nova ocorrerá em 5 de dezembro, com 40% de redução no preço de largada.
– Não recebemos, claro, propostas oficiais, mas já tivemos demonstrações de interesse. É um espaço muito importante para a região e temos boas expectativas de que seja arrematado - diz a leiloeira Joyce Ribeiro, da JR Leilões, que organiza a disputa.
O valor levantado no leilão irá para pagar ao menos parte das dívidas trabalhistas do Grupo Paquetá com ex-funcionários.
Fundada em 1945, antes mesmo da emancipação de Sapiranga, a Paquetá chegou a ter sete fábricas, no Brasil e no Exterior. A crise financeira da calçadista se arrasta por anos, tendo iniciado bem antes do pedido de recuperação judicial.
Recentemente, o braço de varejo do grupo, incluindo as lojas da Gaston, foi comprado pelo Grupo Oscar, de São Paulo. Agora em 2024, a Arezzo assumiu a fábrica que era da Paquetá em Uruburetama, no Ceará. Já a Atlas, de calçados de segurança, ficou com o espaço de 20 mil metros quadrados da calçadista em Teutônia, no Vale do Taquari. Além disso, a marca de sapatos femininos de Nova York Larroudé alugou metade do prédio de 6,4 mil metros quadrados, em Sapiranga, para instalar uma nova fábrica, em um investimento de R$ 10 milhões. A operação começou há cerca de um mês.
Os imóveis que serão leiloados
- Um conjunto com quatro prédios, área construída de 32,8 mil metros quadrados e terreno de 39,8 mil metros quadrados. Avaliado em R$ 52,7 milhões.
- Um conjunto com diversos prédios, com área construída de 6,4 mil metros quadrados e um terreno de 19,2 mil metros quadrados. Avaliado em R$ 19,9 milhões.
- Um terreno de 1,7 mil metros quadrados, avaliado em R$ 1,3 milhões.
- Um terreno de 594 metros quadrados, avaliado em R$ 743 mil.
- Um terreno de 559 metros quadrados, avaliado em R$ 637 mil.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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