Carnes feitas de vegetais não ocupam um cantinho ou ficam restritas à área de inovação na Sial Paris, maior feita de alimentos que é realizada aqui na Europa. Esses produtos à base de plantas ("plant based") estão inseridos tranquilamente no pavilhão das carnes tradicionais. Aliás, em alguns casos, estão nos próprios estandes de grandes marcas mundiais, conhecidas pelos produtos de origem animal, mas que também resolveram diversificar o portfólio para manter consigo consumidores que mudam de hábitos.
Então, tem carne de lentilha, feijão, beterraba, ervilha, abacate, entre tantos outros vegetais. O formato imita tão bem a carne tradicional, que talvez não se perceba antes de comer. O sabor, sim, é bem diferente. A coluna aprecia, apesar de não ser vegetariana. O tempero e a consistência são bem caprichados. Tem linguiça, hambúrguer, bife, filé de frango, etc. Há veganos e vegetarianos que não gostam de alimentos com formato de carne, mas, para quem fez a opção por outros motivos, supre bem a expectativa.
- Sei que é um tema importante para o Brasil, que exporta muita carne. Mas o importante da Sial é inspirar. Não é carne versus plantas - disse o diretor de Marketing da feira, Jean-Gabriel Mollard.
Um desafio está no preço. Uma bandeja de menos de 200g da marca considerada mais acessível custa quase 5 euros. Para padrões brasileiros, é bastante caro. Além disso, o insumo uso para fazer carne vegetal também tende a ficar mais caro pelo problema que é tema da feira: crise de alimentos, temor que se intensifica pela guerra no leste europeu.
Em tempo, a França está proibindo que alimentos fabricados à base de proteínas vegetais usem nomes que façam alusão a produtos de carne ou de peixe, como bife, filé, linguiça, entre outros. Será o primeiro país da União Europeia a impor a restrição. No Brasil, empresas pedem medida semelhante.
Veja o vídeo:
* A coluna viajou a Paris a convite da Fiergs. Leiam em Sial Paris tudo sobre a cobertura do evento.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna
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