O anúncio do Renda Cidadã para substituir o Bolsa Família bateu de forma negativa nos investidores. Ele gerou frustração e desconfiança, derrubando o Ibovespa e fazendo o dólar disparar. É possível que tenhamos novas declarações do governo federal hoje, tentando minimizar esse impacto.
Por um lado, frustrou porque se esperava mais medidas da reforma tributária, considerada essencial para ajuste das contas públicas e retomada do investimento estrangeiro. Além disso, não veio nada relacionado à desoneração da folha de pagamento, o maior custo que as empresas têm.
Por outro lado, gerou desconfiança pela sinalização que o dinheiro para o programa social viria da verba para pagamento de precatórios e do Fundeb, o fundo da educação básica. Essa contabilidade não agradou os investidores. Mais gastos, sem aumento de receita e corte de despesa. A fórmula que deixa os agentes econômicos com pé atrás.
Ainda é difícil projetar os movimentos desta terça-feira (29). O mercado externo está receoso com a volta com força coronavírus em países relevantes na economia mundial. Também não se sabe se a bolsa brasileira caiu tudo que podia ontem e hoje haveria um ajuste, apesar de que a desconfiança do investidor não se resolve assim tão fácil. Hoje, a desoneração da folha para determinados setores volta à pauta, com o veto do presidente Jair Bolsonaro sendo apreciado pelo Congresso. As eleições norte-americanas também seguem no radar.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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