Foi suspensa temporariamente a cobrança de aluguel dos empresários que têm lojas no Centro Popular de Compras (CPC) Pop Center, o Camelódromo, no Centro de Porto Alegre. Não é uma isenção, mas sim um adiamento do custo enquanto o local está fechado por decreto municipal estabelecido para conter o avanço da covid-19. Os valores desse período serão diluídos em parcelas futuras. O local tem mais de 800 pequenos negócios e está fechado desde março.
A medida é retroativa. Ou seja, já está valendo desde a última cobrança, realizada no dia 19 de março. O pagamento deverá voltar ao normal somente quando forem retomadas as atividades comerciais no local, o que ainda não tem previsão de ocorrer.
No entanto, fica mantida a cobrança da taxa de manutenção dos serviços básicos do local, que é rateada entre os lojistas. A prorrogação foi possível após um acordo entre a prefeitura e a empresa Verdi, que administra o Pop Center. A negociação foi conduzida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE).
- Tivemos que tomar medidas duras e difíceis. Entendemos os efeitos e, por isso, estamos fazendo o possível para minimizar os efeitos negativos para os trabalhadores - diz o prefeito Nelson Marchezan Júnior.
A medida também visa permitir que os comerciantes possam abrir as lojas assim que cessarem as restrições ao setor, explica o secretário da SMDE, Leonardo Hoff. A ideia é compartilhada pela diretora do Pop Center, Elaine Deboni, que garante estar criando soluções para viabilizar que os negócios enfrentem esse momento de crise.
Aluguel em shoppings
O adiamento das cobranças tem sido, inclusive, uma orientação da Associação Brasileira dos Shoppings Centers (Abrasce). A entidade não recomenda a isenção, mas a suspensão durante o período de fechamento como uma "boa prática": "mantendo-se exigibilidade do aluguel para uma posterior definição sobre o assunto." Ou seja, é um adiamento, que poderá - ou não - virar isenção, redução ou até manutenção dos valores.
O presidente da Abrasce, Glauco Humai, reforça estar dialogando com entidades de lojistas, em especial os menores que são chamados de "satélites". No entanto, enfatiza que cada shopping, lojista e contrato têm realidades distintas. Reforça que cada empreendimento deverá encontrar sua solução, não havendo uma orientação setorial.
Sobre o varejo de Porto Alegre, leia também: Dos empregos à entrada no e-commerce, pesquisa mostra impacto da pandemia nas lojas de Porto Alegre
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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