Parece que o churrasco do final do ano ficará mais salgado do que o previsto. Pelo menos, no preço. A coluna tinha avisado ainda na semana passada do alerta dos supermercados de que o custo da carne bovina estava subindo. Só que a Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS) está percebendo aumentos ainda superiores do que o previsto inicialmente.
Supermercadista dono do Super Lang, diretor da AGAS jovem e churrasqueiro conhecido nas redes sociais, Bruno Lang vasculhou fornecedores e concorrentes para observar o comportamento dos preços nos últimos dias. E avisa:
— Estamos bem preocupados, abismados. Está muito caro e isso é estressante para o setor. O coxão mole, que se comprava a R$ 16 por quilo, está custando R$ 25. É um aumento de quase 60% — relata o empresário.
Na média, o aumento já está batendo 30% nos frigoríficos. As elevações mais intensas ocorrem nos cortes porcionados, que são comprados durante a semana pelos clientes. Segundo Lang, os supermercados estão repassando entre 15% e 20%.
— Aumentar mais que isso para o consumidor seria inviável. E ainda corre risco de desabastecimento.
O motivo para a alta é a redução da oferta de carne. As exportações estão batendo recorde. Em especial, para a China, que aumentou também a compra de carne de frango. Há ainda um fator local contribuindo para o aumento de preços, já que as enchentes na região da Campanha dificultaram a retirada do gado do campo.
Aliás, até a inflação já sentiu o aumento no preço da carne. Foi um dos itens que provocaram alta no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) divulgado pelo IBGE nesta sexta-feira (22). Na média nacional, o aumento foi de 3,08% nos últimos 30 dias, mas deve aparecer com mais intensidade nos próximos levantamentos.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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