Os súpers tentaram, chegou a se cogitar, mas não foi desta vez. Os estabelecimentos queriam que a possibilidade de também venderem remédios entrasse na Medida Provisória da Liberdade Econômica. Inclusive, o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, Antonio Cesa Longo, fez o pedido ao relator da MP, deputado federal Jerônimo Goergen, durante um evento realizado em julho em Porto Alegre.
No entanto, Goergen disse que não entrou. O deputado informou que será feito um grupo de trabalho do governo federal para um projeto próprio sobre o assunto. É um pleito monitorado em Brasília pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
A solicitação dos supermercados se restringe a medicamentos sem necessidade de receita médica. Segundo Longo, são os mesmos produtos que estão nas gôndolas das farmácias ao alcance das mãos dos consumidores.
— São vendidos pelas farmácias por telefone e internet sem nem necessidade de falar com farmacêutico. Queremos liberdade para todos os setores, sem reservas de mercado e pleiteando o fim do corporativismo — complementou o presidente da AGAS.
Ainda no pleito da entidade, está o argumento de que farmácias vendem produtos de higiene e até alimentos. O questionamento é sobre o motivo pelo qual os supermercados também não podem vender "uma aspirina", como exemplifica Longo.
— Os supermercados querem que o relator inclua no texto da MP que supermercados possam vender os tais medicamentos sem receita com a supervisão de um farmacêutico responsável.
Segundo a AGAS, estudos mostram que, quando os supermercados vendiam medicamentos, os produtos ficaram até 35% mais baratos.
MP
O plenário da Câmara dos Deputados pode votar, a partir desta terça-feira (13), a medida provisória (MP) da Liberdade Econômica, que pretende eliminar burocracias para o funcionamento de empresas no país. Celebrada por economistas liberais e pelo mercado por melhorar o ambiente para empreender no país, é alvo de críticas de associações trabalhistas porque pode precarizar as relações entre empregador e empregado. Apenas nas leis trabalhistas, são mais de 30 mudanças.