Os leitores sabem que a coluna Acerto de Contas está sempre monitorando preços do que pesa no bolso do consumidor. Nos últimos dias, vários dispararam a pergunta: "mas o que está acontecendo com o tomate?" Realmente, o preço voltou a disparar.
Há pouco mais de dois meses, noticiávamos que o tomate tinha passado a ser o herói da cesta básica, com uma queda significativa de preço. O recuo na época tinha sido tão intenso, que deixou o resultado de 12 meses com queda superior a 20%.
A última pesquisa do Dieese em Porto Alegre identificou aumento de 38,59% no preço do tomate em março sobre fevereiro. Foi a maior alta entre os 13 alimentos pesquisados. Ainda acumula queda em relação ao fim de 2018, mas já tem aumento de 10% no acumulado de 12 meses.
Não foi só em Porto Alegre que o tomate ficou mais caro. A elevação ocorreu em todas as capitais brasileiras. Segundo o Dieese, o motivo é o fim da safra de verão, reduzindo oferta e pressionando os preços. No interior de São Paulo, ainda há uma doença bacteriana que provocou perdas fortes na lavoura.
— É um produto muito sensível ao clima e tem ciclo de produção curto. Está sempre nos extremos com essa volatilidade — comenta Daniela Sandi, técnica do Dieese.
O quilo do tomate apareceu a R$ 5,38 na última pesquisa da Associação Gaúcha de Supermercados. No entanto, a coluna já encontrou a quase R$ 9 em supermercados de Porto Alegre.
Tendência
O clima chuvoso e quente nas últimas semanas afetou principalmente o tomate produzido em Caçador (SC). Nas demais regiões, como São Paulo e Espírito Santo, os produtos estão menores. No Sul de Minas Gerais, estão mais graúdos, mas com acidez. A variação na qualidade dos tomates deve permanecer nos próximos dias. Reduções de preços devem ocorrer somente na segunda quinzena de maio.