Depois de ter fechado 2018 com aumento de 83% e sido o vilão da inflação, o tomate virou o herói em janeiro. O preço caiu 42% na comparação com dezembro em Porto Alegre, puxando o custo total dos produtos pesquisados pelo Dieese.
O recuo foi tão intenso, que deixou o resultado de 12 meses também negativo. O tomate, então, acumula queda de 21% no preço.
As altas temperaturas aceleraram o amadurecimento do tomate, elevando a oferta e reduzindo os preços no varejo. No ano passado, foi o contrário. A oferta ficou reduzida devido à diminuição da área plantada e ao clima seco, que provocou o aparecimento de pragas.
— É um produto muito sensível ao clima e tem ciclo de produção curto. Está sempre nos extremos com essa volatilidade — comenta Daniela Sandi, técnica do Dieese.
Na comparação com dezembro, a cesta básica ficou 4,96% mais barata, custando R$ 441,65 em janeiro. O tomate pesou quase 16% no cálculo do Dieese. Perdeu só para a carne, que ficou 3,13% mais cara.
Tendência
O preço do tomate, no entanto, já subiu recentemente na Ceasa, que é o atacado onde mercados e restaurantes compram hortigranjeiros. A última pesquisa identificou aumento de 80% sobre a semana anterior, quando o quilo foi vendido a R$ 1,25, que foi um "preço baixíssimo", disse a equipe técnica da Ceasa.