Em todas as conversas que tenho com dirigentes da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), CBF e Conmebol, percebo que as entidades estão fazendo todo o esforço possível para o retorno das competições ainda em 2020. Para isso, fazem análises de cenários possíveis e estudos de protocolos médicos.
Todos têm esperança de que é possível retomar as competições, inclusive sem alteração de formato de disputa. É o que pensam os organizadores do Gauchão e Libertadores, que estavam em andamento antes da paralisação por causa da pandemia do coronavírus. O mesmo vale para o Campeonato Brasileiro, que sequer começou, mas a CBF entende que será possível disputá-lo — há até o apoio do governo federal.
Mas, a cada dia que passa, me parece que a situação fica mais complicada. Teoricamente, o Gauchão seria a competição mais viável para ser retomada em um primeiro momento. E está ficando claro que isto não será possível, pelo menos por enquanto.
Se o Gauchão, na reta final, com 12 times em oito cidades, e em um Estado que está longe de ter a pior situação do país, tem o seu cenário indefinido, o que dizer dos outros campeonatos?
O Campeonato Brasileiro reúne 20 equipes em 11 cidades. E a situação de Estados como São Paulo e Rio de Janeiro é terrível.
A Libertadores reúne 32 times, em 10 países e 21 cidades espalhadas pela América do Sul. Uma delas é Guayaquil, no Equador, que vive situação dramática.
Ou seja, se voltar com o Gauchão é complicado, imagina com as outras competições que envolvem uma quantidade maior de equipes e cidades. Pensar no futebol em 2020 é algo extremamente complicado. A verdade é que precisamos ser realistas e entender que existem outras prioridades antes destas competições.
Se o futebol voltar em 2020, será difícil ter os campeonatos com as fórmulas originais. Esta é a realidade do momento.