Demitido pelo Inter nesta quarta (6), o ex-zagueiro Índio manifestou tristeza pela forma como ocorreu a sua saída do clube. Desde 2015 atuando na área de relacionamento social, o ídolo colorado afirmou não ter gostado "da forma como foi tratado" e lamentou não ter sido chamado para uma conversa.
— Estou bem triste, de verdade. Não gostei da maneira como fui tratado. Não esperava ser tratado assim por um clube pelo qual dei a vida. Devo muito ao Inter, mas não esperava que fosse assim. Entendo que estão passando por dificuldades neste momento pelo coronavírus. Mas, se me chamassem para uma conversa, poderíamos ter ajeitado de outra maneira. Mas não me deram nem tempo. Hoje é um dia triste para mim. Acabou a minha relação com o time que amo — disse Índio ao GaúchaZH.
Funcionário do clube desde o final da carreira, em 2014, o ex-zagueiro era figura presente na maioria dos eventos sociais e costumava viajar pelo interior do Estado e pelo Brasil para atividades com os consulados e em ações do departamento de relacionamento social para angariar sócios.
— Podem ter certeza que eu sou colorado e amo essa torcida. Eu adorava sentir o carinho dela nos eventos e nos jogos no Beira-Rio. Mas esse contato com a torcida eu vou ter sempre. Vou continuar participando de eventos e festas com a torcida colorada. Sei que a torcida também está triste. Só tenho a agradecer o carinho deles. Tinha contrato até janeiro de 2021. Mas graças a Deus eu tenho meus negócios. Vou focar nos meus negócios — completou o ex-zagueiro, que tem investimentos no ramo imobiliário.
Índio foi um dos mais de 40 funcionários do Inter demitidos nesta quarta-feira (6), em função da crise financeira agravada pela pandemia de coronavírus e da determinação da direção de que todos os departamentos reduzissem as suas despesas em 30%. Afinal, o clube estima uma perda de receitas de R$ 100 milhões em 2020.
Procurado pela reportagem de GaúchaZH, o vice-presidente de relacionamento social, Norberto Guimarães, disse que conversou com Índio ao telefone, lamentou a necessidade de tomar "decisões duras" e deixou aberta a possibilidade de o ídolo retornar ao clube no futuro, quando o cenário estiver normalizado.
— Infelizmente, algumas decisões são duras de serem tomadas. O Índio é um ídolo, é um ícone do Inter, mas infelizmente a pandemia nos deixou em uma situação delicada. Ontem (terça-feira), falei com o Índio ao telefone, como tudo obrigatoriamente tem de ser feito hoje (por conta da pandemia), e expliquei as razões e os motivos da definição. Tivemos neste período da nossa gestão todo cuidado e respeito com ele, renovamos contrato, aumentamos os valores, e ele sempre será lembrado por todos. Acredito que seja um "até breve" e não um "adeus". Quem sabe no futuro ele possa retornar. Só temos a agradecer por todo o trabalho — explicou Norberto