A paralisação do calendário do futebol, ocasionada pela pandemia de coronavírus, trouxe fortes reflexos financeiros no Beira-Rio. Na manhã desta quarta-feira (6), o Inter promoveu várias demissões em diversos setores. Mais de 40 funcionários foram desligados. O clube se manifestou no início da tarde sobre o tema em nota oficial.
Entre os demitidos está o ex-zagueiro Índio, campeão mundial pelo Inter e que integrava o departamento de Relacionamento Social, representando o clube em viagens pelos consulados do Interior do Estado.
"Funcionários que possuem os menores salários manterão a integralidade de seus pagamentos. Para os demais que tiverem a carga horária diminuída, serão descontados 25% dos vencimentos. Além da suspensão ou corte de contratos de terceiros, o clube, infelizmente, precisou reduzir em cerca de 8% seus postos de trabalho", diz a nota do clube.
O assunto já vinha sendo debatido internamente há algumas semanas, desde que a direção determinou que cada vice-presidência e cada departamento reduzisse as suas despesas em 30%. Além das demissões, houve reduções salariais e suspensões de contratos. Além disso, o clube suspendeu o pagamento a fornecedores no mês de março.
No futebol, 24 funcionários já haviam sido desligados desde o início de 2020. Além disso, o clube extinguiu o Inter B e suspendeu por três meses o pagamento dos direitos de imagem dos atletas do grupo principal. Conforme acordado com os jogadores, esses valores serão pagos em 2021.
A direção prevê a perda de R$ 100 milhões de arrecadação nesta temporada. Com a paralisação do futebol, deixaram de entrar nos cofres colorados receitas importantes, como a bilheteria e as cotas de televisão, além da queda brusca nas vendas de produtos oficiais, que representam uma cifra significativa.
Internamente, o clube não descarta adotar novas medidas de corte de gastos no futuro, caso a situação não melhore. Afinal, as finanças no clube já operam no vermelho desde 2016 e a previsão para 2020 apontava um déficit de R$ 13 milhões, mesmo antes da pandemia. O resultado negativo, inevitavelmente, será maior.
Veja a nota oficial divulgada pelo Inter:
A paralisação dos jogos e campeonatos causou um forte impacto no futebol. A crise financeira que se alastrou em várias atividades econômicas também bateu em todos os clubes. Não é diferente com o Sport Club Internacional. Caso se concretize um cenário de 90 a 120 dias de paralisação, a estimativa de perda de receita gira em torno de R$ 100 milhões. A possível rescisão do contrato de parceria para transmissão do Brasileirão, por exemplo, significará perda de cerca de R$ 25 milhões.
Desde o início da pandemia, o Conselho de Gestão do Internacional tem buscado soluções para esse enorme desafio. O objetivo sempre foi e será preservar a saúde das pessoas e garantir a sustentabilidade do clube para o futuro. A partir de estudos e simulações de fluxo de caixa, definiu-se uma meta de redução de 30% no orçamento de todos os departamentos.
Nesse sentido, foram empreendidas diversas rodadas de negociação com fornecedores e instituições financeiras, além de um permanente acompanhamento jurídico das medidas de apoio implementadas pelo poder público. Todos os novos investimentos, contratações de serviços e compras que não estejam estritamente relacionados ao funcionamento do clube foram, até segunda ordem, completamente suspensos.
Com transparência e seriedade, o clube também tem dialogado com seu quadro funcional para buscar uma adequação a essa nova realidade econômica advinda da pandemia. Em comum acordo com o grupo de jogadores, o Internacional realizou repactuações significativas para o período de interrupção das atividades – e que, por questões contratuais de confidencialidade, não podem ser detalhadas.
Após o retorno do período de férias concedido até 30 de abril, novas medidas foram tomadas. Funcionários que possuem os menores salários manterão a integralidade de seus pagamentos. Para os demais que tiverem a carga horária diminuída, serão descontados 25% dos vencimentos. Além da suspensão ou corte de contratos de terceiros, o clube, infelizmente, precisou reduzir em cerca de 8% seus postos de trabalho.
Todas as decisões tomadas refletem o período de exceção que vivemos. O momento é de grandes dificuldades e privações – mas, com a união dos colorados e coloradas, voltaremos mais fortes e unidos.