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Em mais um movimento da diretoria do Inter para manter as finanças equilibradas durante o período de recesso do futebol mundial, a administração do clube está renegociando os contratos com fornecedores e pretende cortar ao menos 30% de suas despesas. Sem receitas vindas de bilheteria do Beira-Rio e de premiações das competições, como Gauchão e Libertadores, a preocupação hoje é diminuir ao máximo um possível déficit ao fim de 2020.
— Nós delegamos as negociações para os responsáveis de cada setor. Todo tipo de prestação de serviço ao clube está englobada. São negociações que demandam tempo. Estamos nos trâmites de conversas e nos próximos 30 dias deveremos ter uma resposta mais concreta sobre essas questões — explicou o vice-presidente eleito do clube Alexandre Chaves Barcelos.
O dirigente colorado também ressaltou sua preocupação sobre uma possível rescisão contratual da Turner, grupo que administra os canais Esporte Interativo, com a equipe gaúcha. A empresa norte-americana comprou os direitos de transmissão das partidas coloradas nos Campeonatos Brasileiros de 2019 e 2020, ainda em 2016, na gestão Píffero.
— Isso nos preocupa porque o contrato (com a Turner) representa fluxo mensal de valores muito significativos e que são fundamentais pra concluirmos o ano de 2020. E, além disso, é uma dificuldade fazer uma reunião dessa importância por videoconferência — ressaltou.
O objetivo traçado pelo conselho de administração do clube é reduzir em 30% as despesas de cada setor. No futebol, isso já vem acontecendo desde janeiro. Segundo o vice-presidente de futebol do Inter, Alessandro Barcellos, o departamento de futebol tem cortado despesas desnecessárias e feito parcerias com fornecedores sem diminuir a qualidade dentro de campos
— Enxugamos o plantel e encerramos o Inter B (sub-23), por exemplo. Outros serviços também estão sendo revistos. É um processo que começou quando assumi o cargo de vice de futebol e intensificado com o coronavírus. Para se ter uma ideia, a redução de despesas com o fechamento do Inter B é de quase R$ 6 milhões por ano — explicou.
Sobre a possibilidade de rescisão contratual com a Turner e o impacto que isso causará nas receitas do futebol colorado, Alessandro ressalta que isso é herança da gestão passada e que, caso seja confirmado o encerramento de vínculo, será necessário que o Inter consiga um novo comprados para que, financeiramente, o buraco não seja maior.
— Preocupa muito. Impacta diretamente no futebol. São receitas que deixam de entrar no clube, diminuindo o poder de investimento. Necessariamente passaremos por uma readequação orçamentária. Caso isso ocorra, o Inter terá um produto importante para vender, que são as transmissões na TV fechada, mas sabemos que as negociações serão complicadas. Ainda em 2016, quando conselheiros, alertei que era um contrato ruim para o clube — comentou.
O déficit projetado pelo Inter ao fim de 2020 era de aproximadamente R$ 13 milhões. Levando em consideração vendas de atletas e premiações nos torneios. Entretanto, com a parada do futebol no mundo, os valores projetados estão quase inatingíveis, o que preocupa Barcellos.
— Temos que chegar vivos em 2021 e depois buscar a reestruturação financeira que iniciamos em 2019. Em condições normais, conseguiríamos atingir as receitas projetadas. Porém, com tudo que está acontecendo, a amostra de desempenho dos jogadores no primeiro semestre é muito pequena, o que quase inviabiliza negociações. Vamos reduzir a despesa, já que a receita diminuiu — finalizou.