Entre as ideias para ajustar o calendário do futebol, a Fifa propõe uma flexibilização nos prazos das janelas de transferências. Se aprovada, a medida deve beneficiar Grêmio e Inter, que contam com as vendas de atletas para equilibrar o caixa. Hoje, os clubes dos principais países europeus só podem registrar jogadores até o fim de agosto, quando o mundo provavelmente ainda estará sofrendo impactos econômicos causados pela pandemia de coronavírus.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o advogado especialista em direito desportivo, Marcelo Amoretty Souza, explicou as sugestões apresentadas pela entidade. As medidas dependem ainda de aprovação do Conselho do órgão máximo do futebol mundial.
— Pelo regulamento de transferências da Fifa, o prazo máximo das janelas tem de ser de 16 semanas, sendo até 12 semanas no início e quatro no meio da temporada. Os períodos já estão definidos. A Fifa sugere agora que cada associação nacional possa alterar a janela. Acredito que a maioria dos países vai fazer isso — explica Amoretty.
Logo, se agosto ainda será um período conturbado para o futebol europeu apresentar grandes propostas para as joias do futebol brasileiro, a chance de aparecer uma oferta mais polpuda aumenta com uma eventual extensão da janela para outubro ou novembro, por exemplo.
Outra medida proposta pela Fifa é a prorrogação automática dos contratos para os finais das temporadas. Se o Brasileirão terminar apenas em janeiro ou fevereiro de 2021, por exemplo, caso a ideia seja aprovada, os jogadores com contrato até dezembro de 2020 teriam os seus vínculos automaticamente estendidos. Grêmio e Inter têm, cada um, seis jogadores nessa situação.
Além disso, a ideia é que haja uma flexibilização para transferências de atletas fora da janela de transferências.
— A Fifa sugere que os jogadores que tiverem seu contrato terminado fora da janela, sendo em função do coronavírus, podem se transferir fora deste período. A Fifa trata a pandemia realmente como um caso de força maior. Eles chegam a mencionar que, a última vez que os campeonatos pararam desta forma foi na Segunda Guerra Mundial — completa Amoretty.